Desporto
Miguel Sousa regressa ao activo para treinar em São Romão
Treinador de ténis foi um dos responsáveis máximos do projecto CITL e volta após um ano sabático
Esteve 25 anos no Azabucho. Durante esse período, o Centro Internacional de Ténis de Leiria (CITL) foi a casa dele.
Formou miúdos, descobriu talentos, deu a modalidade a conhecer a crianças e adultos, até algumas das árvores existentes no local foram por ele plantadas.
Mas há um ano, quando o CITL acabou extinto e no mesmo local nasceu o Racket Sports Club de Leiria (RSCL), tão relevante capítulo foi encerrado.
Está agora de regresso ao activo, passado um ano. Desceu o monte e encontrou na cidade um novo projecto, diferente, mas igualmente aliciante.
“Após 25 anos de trabalho muito intensivo fiz uma paragem que deu para fazer umas revisões na vida e para tomar tempo para mim. Foi um período muito bonito, engraçado, produtivo, que deu para fazer muitas coisas que gosto, que não estava habituado a ter tempo para fazer. Mas já chegava desta paragem e estava pronto a regressar”, destaca Miguel Sousa.
Para o seleccionador nacional de ténis do escalão sub-18 feminino e treinador na selecção sénior feminina para a The Billie Jean King Cup (ex-Fed Cup), o novo desafio chama-se Clube da Escola de Ténis de Leiria (CETL), em São Romão.
É resultado de um “namoro já com algum tempo”, mas que foi consumado durante o torneio internacional que decorreu nas instalações do clube, o W25, no início deste mês.
“Pediram-me ajuda porque tinha alguma experiência neste tipo de eventos. Já tinha descansado tudo o que tinha para descansar e juntaram-se as sinergias.”
O projecto onde vai reforçar a equipa técnica, salienta, é díspar daquele que tinha com o CITL.
“Também eu quero ser diferente. Não há clubes melhores uns do que os outros, cada qual tem as suas raízes, objectivos e projectos. O CETL tem claramente propósitos distintos, há coisas que se podem melhorar, mas também tem acontecido muita aprendizagem da minha parte num sítio novo”, admite o treinador.
“É um clube muito válido, com uma estrutura e uma localização fantásticas. As pessoas chegam ali muito facilmente e tem uma publicidade directa por cada carro que passa na estrada. Mas tinham poucos recursos técnicos e agora que estou dentro percebo que não podiam fazer mais e o que faziam era muito bom. Têm sido uns super-heróis.”
Para já, Miguel Sousa vai treinar todos os níveis, desde a iniciação aos veteranos e quer dar resposta a um nicho que estava descurado.
“É um mercado para o adulto que vai trabalhar a seguir. O clube só abria às nove e era imperial que se transformasse o horário para essas pessoas que querem treinar de manhã o pudessem fazer”.
O que não existe, para já, é uma aposta vincada na competição. “Os objectivos deste clube passam por ter uma divulgação forte da modalidade, uma escola grande mas bem formada, e quando a escola estiver bem organizada, futuramente – o que nunca será menos do que em três anos – então sim, começar a pensar em projectos de competição. Mas ainda não passa por aí.”