Abertura

Mina da Guimarota. Há um novo fôlego para contar a história dos fósseis que colocam Leiria no mapa da ciência

7 dez 2023 12:15

A equipa do Museu de Leiria – que já tem os primeiros carvões e fósseis – desafia a população a contribuir para uma futura exposição sobre a mina da Guimarota, que desde a segunda metade do século XX é uma referência, a nível mundial, para os investigadores da vida no Jurássico

Ilustração de Nuno Farinha. Representação do Henkelotherium guimarotae, o mais famoso achado da Guimarota. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
Ilustração de Nuno Farinha. Representação do Henkelotherium guimarotae, o mais famoso achado da Guimarota. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
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O fóssil do Henkelotherium guimarotae. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
O fóssil do Henkelotherium guimarotae. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
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Representação do Machimosaurus hugiio, o crocodilo mais comprido do Jurássico, com 10 metros. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
Representação do Machimosaurus hugiio, o crocodilo mais comprido do Jurássico, com 10 metros. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
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Do livro "Guimarota: A Jurassic Ecosystem", de Thomas Martin e Bernard Krebs. Representação da região da Guimarota há 150 milhões de anos. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
Do livro "Guimarota: A Jurassic Ecosystem", de Thomas Martin e Bernard Krebs. Representação da região da Guimarota há 150 milhões de anos. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
DR
Uma das galerias da mina. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
Uma das galerias da mina. Imagem cedida por Anabela Quintela Veiga
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Thomas Silva no acesso à mina da Guimarota
Thomas Silva no acesso à mina da Guimarota
Jornal de Leiria

A tarde envelhece devagar e na mesma sala do Museu de Leiria estão reunidos antigos trabalhadores da mina da Guimarota, familiares e cientistas. É um momento raro. O livro de achados que inscreve Leiria na lista de lugares do mundo obrigatórios para a paleontologia tem 150 milhões de anos mas alguns capítulos continuam por escrever. Entre os fósseis identificados há décadas por investigadores alemães sobressai a descoberta do primeiro esqueleto articulado, e quase completo, de um mamífero primitivo do Jurássico superior. E também restos de crocodilos, tubarões, dinossauros terópodes e saurópodes, répteis voadores (pterossauros) e aves primitivas, conchas de bivalves e gastrópodes, peixes, tartarugas e lagartos, todos protagonistas de um pântano costeiro, pontualmente invadido por água salgada, com clima tropical e vegetação exuberante. “Uma mina de história e de valor científico que tem sido ignorada”, considera Thomas Silva, que convive com o assunto desde a infância. No horizonte, perfila-se o novo desafio: como reactivar a memória de um legado único?

Na segunda metade do século XX, a mina da Guimarota ficou conhecida internacionalmente como “o lugar do mundo mais rico em mamíferos do Jurássico”, explicou a geóloga Anabela Quintela Veiga, docente do Politécnico de Leiria, na palestra com que o Museu de Leiria celebrou o dia da cultura científica. “É incrível pela diversidade e sobretudo pela variabilidade dos animais que ali morreram”, concorda Bruno Camilo Silva, paleontólogo e presidente da Sociedade de História Natural de Torres Vedras. “Há uma Guimarota e não há mais nenhuma”.

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