Sociedade
Ministro diz que Câmara da Marinha Grande recuou no projecto do Museu da Floresta
Matos Fernandes afirma no Parlamento que o projecto de instalação no Parque do Engenho vai ter de ser reavaliado. E responsabiliza o Município
O ministro do Ambiente e da Acção Climática disse hoje que “um recuo” por parte da Câmara Municipal da Marinha Grande vai obrigar a reavaliar o projecto de instalação do Museu Nacional da Floresta no concelho.
“Houve um entendimento entre o Governo e a Câmara da Marinha Grande, que atribuía responsabilidades à Câmara da Marinha Grande, tendo havido um recuo por parte da própria autarquia, não estou aqui a questionar, foi o que foi, no caso do Museu, e por isso, obviamente, ele tem de ser reavaliado”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, sobre o projecto de instalação do Museu Nacional da Floresta no Parque do Engenho, na Marinha Grande.
O ministro respondia a uma pergunta do deputado Ricardo Vicente, eleito por Leiria pelo Bloco de Esquerda.
Em comunicado, a presidente da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira, replicou a Matos Fernandes com um esclarecimento, em que diz esperar resposta do Governo sobre este e outros assuntos.
Leia o comunicado da autarca, Cidália Ferreira:
"Hoje o Sr. Ministro do Ambiente e da Ação Climática afirmou publicamente na Assembleia da República que a Câmara Municipal da Marinha Grande recuou no processo da criação do Museu da Floresta e, como tal, tenho a obrigação de vir publicamente esclarecer esta situação.
Com efeito, desde 1999 que a Marinha Grande deseja receber o Museu da Floresta. Assim que tomei posse como Presidente desta Câmara, logo após os incêndios que devastaram o Pinhal do Rei, dei início a negociações com o Governo para finalmente ser implementado o projeto nacional do Museu da Floresta no Parque do Engenho.
Após muitos contactos e iniciativas de reuniões da minha parte com o anterior secretário de estado das florestas, foi-nos enviada uma proposta de protocolo a 12/09/2019, pouco antes das eleições legislativas. Esta proposta de protocolo imputava à Câmara Municipal toda a responsabilidade (técnica e financeira) pelo Museu Nacional da Floresta (incluindo a sua gestão futura e despesas de funcionamento) com a supervisão do ICNF e da Direção Geral do Património Cultural.
Em contrapartida, a Secretaria de Estado das Florestas propunha-se transferir para a Câmara Municipal a quantia de 300.000 euros, ficando à Câmara Municipal da Marinha Grande a responsabilidade pelo financiamento restante necessário, para um projeto que se estima em vários milhões de euros.
Nesse sentido, e sempre com espírito colaborativo, pedi ao Governo uma revisão ao financiamento do projeto, sendo que dada a proximidade das eleições legislativas, a resposta foi remetida para o Governo seguinte.
Já com o atual Governo em funções, reuni com o Secretário de Estado, antes do final de 2019, tendo sido acordado que o pedido feito anteriormente seria analisado e que nos primeiros meses de 2020 o Secretário de Estado viria à Marinha Grande para apresentar esta e outras propostas de interesse para o concelho e o Pinhal do Rei.
Reitero que o Museu da Floresta é um projeto nacional que deve ter o devido financiamento.
Aguardamos a visita do Secretário de Estado das Florestas para discutir esta matéria e outras sobre o Pinhal do Rei, sendo que nos últimos dias tive oportunidade de remeter, primeiro, um ofício, e dias depois, um email para o Senhor Secretário de Estado de Florestas, com conhecimento ao Primeiro Ministro, ao Ministro do Ambiente e ao ICNF sobre estes assuntos, esperando a resposta aos mesmos.
Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande
Cidália Ferreira"