Sociedade

MP pede penas de 8 e 9 anos para principais arguidos do Punho cerrado

8 jun 2018 00:00

Procurador da República considerou que Paulo Miguel engendrou um esquema para continuar a exercer a actividade de segurança privada.

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O Ministério Público (MP) de Leiria pediu hoje penas de 8 e 9 anos para os principais arguidos do processo Punho cerrado, onde 22 arguidos estão a ser julgados por vários crimes, entre os quais associação criminosa, extorsão e coacção.

Durante mais de duas horas e meia de alegações, o Procurador da República do Tribunal de Leriia, tentou mostrar que foi criado um “esquema prévio” para “toda a empresa Lexsegur se manter em actividade”, “embora numa estrutura camuflada através da empresa 365, para assim poder continuar a explorar os estabelecimentos comerciais”.

Segundo o Procurador, houve um contacto do principal arguido, Paulo Miguel, conhecido por 'Bebé', junto da 365 para que “todos os seguranças da antiga Lexsegur passassem para a 365, que dava as fardas, recebia o dinheiro que correspondia às casas da Lexsegur e disso recebia 50% dos lucros auferidos, mas toda a atividade era da responsabilidade do Paulo Miguel e do irmão Jonatas”, salientou o MP.

“Eles é que mandavam, coordenavam e controlavam os seguranças que eram da ex-Lexsegur e que trabalhavam sob a capa da 365.”

Para o Procurador, provou-se o crime de “associação criminosa, na sequência da estrutura montada”, onde “o Jonatas assumiu a liderança enquanto o irmão esteve preso”.

O MP considerou que Paulo Miguel terá concretizado um crime de extorsão e outro de coacção agravada, ameaça agravada, 11 crimes de exercício de segurança ilegal privada e associação criminosa.

“Foi o mentor e criador desta associação fazendo-se representar pelo seu irmão na sua ausência. Face aos crimes que estão em causa, em cúmulo peço uma pena não inferior a 8 anos”, referiu o Procurador.

O MP pediu uma pena de 9 anos para Jonatas Miguel pelos crimes de associação criminosa em co-autoria, ameaças, dois crimes de ameaça agravada, seis crimes de ofensa à integridade física qualificada, coacção agravada na forma tentada, violência doméstica e 3 crimes de exercício de actividade de segurança ilegal privada.

Para o responsável da 365, Manuel Santos, o MP considerou que deveria ter pena suspensa.

As alegações da defesa vão iniciar-se hoje à tarde.