Sociedade
Mural Orange ergue-se em Leiria contra a violência sobre mulheres
O Mural ORANGE LEIRIA é hoje inaugurado como símbolo de luta pelo fim da violência contra as mulheres
No dia em que se assinala o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, a Associação Mulher Século XXI e o Município de Leiria, vão erguer um mural, pelas 14:30 horas, na Rua Dr. João Soares, em Leiria.
O projecto e concepção artística da obra é da responsabilidade da Sistema4 e integra a iniciativa ORANGE LEIRIA, promovida pela Associação Mulher Século XXI, sob a chancela das Nações Unidas e que conta, igualmente, com o apoio institucional do Município de Leiria entre outras entidades e empresas da região, entre as quais o JORNAL DE LEIRIA.
Estas acção será complementada com a iluminação do Castelo de Leiria e do Teatro José Lúcio da Silva com a cor laranja e os revestimento de gradeamentos e espaços da cidade terão ‘mangas laranjas’.
Nas escolas secundárias e do ensino superior do concelho de Leiria serão distribuídas pulseiras, que também estarão disponíveis pelas lojas do comércio local de Leiria (através da Acilis), pelos apoios oficiais e outros.
Está ainda prevista a projecção de um filme original no Teatro José Lúcio da Silva e Teatro Miguel Franco, Cinema City e Cineplace, assim como partilha nas redes sociais.
Durante o jogo União de Leiria-Caldas, a decorrer no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, no dia 27 de Novembro, será lançada uma acção laranja.
Recorde-se que os pedidos de ajuda à Mulher Século XXI voltaram a aumentar este ano. No primeiro semestre de 2022, tinham sido registados 114 novos casos, um valor superior aos 90 sinalizados em igual período de 2021.
Casos de violência aumentam
“Estes números mostram-nos que há casos que se estão a destapar, embora acredite – não tenho estudos que confirmem – que estará a haver um aumento do crime da violência doméstica”, admitiu, em Agosto, Susana Ramos Pereira, presidente daquela Organização Não Governamental dos Direitos das Mulheres.
Para a dirigente, a pandemia da Covid-19 obrigou as vítimas a “viver dois anos sob o jugo do agressor”, contribuiu para um “maior isolamento e silenciamento das vítimas, impedindo-as de denunciar os abusos, mas mostrando-lhes também que teriam de sair logo que possível deste ciclo de agressão”.
Este cenário fez com que as vítimas “tomassem uma decisão de denunciar”, acrescenta. “Estão a aparecer mais casos e temos alguma reincidência de pessoas que desistiram dos processos e agora voltaram a pedir ajuda. Também está a aumentar a comunidade brasileira na região e temos tido mais pedidos de ajuda destes imigrantes”, revelou a presidente da Mulher Século XXI.
A Mulher Século XXI é uma entidade da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, e responsável pelo Centro de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica de Leiria, pela Resposta de Acolhimento de Emergência e pelo RAP – Resposta de Apoio Psicológico a crianças e jovens vítimas de Violência Doméstica da CIMRL (Gabinete Girassol e gabinetes itinerantes).
Desde 2017, data em que a associação tem registos, já foram acompanhadas mais de 3.000 vítimas de violência doméstica.