Sociedade

O descendente de sapateiros, que virou “Pai dos Frangos”

19 mar 2016 00:00

Adelino Neto, empresário

Na Marinha Grande, terra que adoptou aos 20 anos, serão mais aqueles que o tratam por Pai do Frangos, do que os que o conhecem pelo sobrenome. (Fotografia: Ana Prior)
(Fotografia: DR)
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Daniela Franco Sousa

Na Marinha Grande, terra que adoptou aos 20 anos, serão mais aqueles que o tratam por Pai do Frangos, do que os que o conhecem pelo sobrenome.

Aos 88 anos, Adelino Neto explica ao JORNAL DE LEIRIA a arte de multiplicar negócios a partir da estaca zero. Nasceu em Ribeira de Cima, em Porto de Mós.

É filho de uma doméstica, prendada senhora que fazia camisas de homem para fora, e filho, sobrinho e neto de sapateiros.

Caricato, conta Adelino, é que com tanta gente a tratar das solas dos outros, o rapaz só tenha recebido o seu primeiro par de sapatos aos 14 anos.

Filho de gente humilde, Adelino começou a trabalhar aos 7 anos.

“Era árduo”, conta o empresário, lembrando os tempos em que as suas mãos se encarquilhavam enquanto apanhava azeitona nos dias de geada.

Por tanto sacrifício “ganhava um escudo por dia”.

“Na escola fui muito burro”, brinca Adelino, frisando que, para si, mais importante que os livros era a brincadeira.

“Foi por isso que acabei a quarta classe aos 14 anos.” Assim que saiu da escola, empregou-se numa mercearia e mais tarde numa sapataria em Porto de Mós.

Mas acabaria por trocar a sua vila pela Marinha Grande, onde, por intermédio de um viajante de Alcobaça, arranjou emprego numa mercearia.

Aos 20 anos, trocava assim de residência por um local onde tinha ordenado, cama, mesa e roupa lavada, tudo por conta do patrão.

O problema, recorda Adelino, foi quando começou a namorar a filha do chefe.

Descoberto o romance, o rapaz foi despedido.

“Mas não voltei para a minha terra.

Fiquei na Marinha Grande, onde arranjei trabalho numa loja de ferragens”, conta o empresário, que, mesmo assim, não ficou satisfeito e acabou por se estabelecer por conta própria, com um café.

Quatro ou cinco anos foram o que bastou para decidir trocar esse estabelecimento por um negócio novo.

Em 1960 não havia nada nas praias, apenas um punhado de gente que se juntava na Praia Velha, no Verão, para fazer campismo em barracas de pano.

Adelino não hesitou.

Deixou o negócio do café para construir uma barraquinha de madeira, de quatro metros quadrados, na Praia Velha.

O pequeno estabelecimento foi crescendo até se tornar num restaurante em alvenaria, muito movimentado, que chegou a receber ilustres...

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