Viver

“O nosso futuro não vai passar por modas ou tops”

22 out 2015 00:00

Nuno Rancho e André Pereira são os Few Fingers, uma banda de Leiria que acaba de lançar o seu primeiro CD

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Jacinto Silva Duro

Nuno Rancho é músico dos Dapunksportif e dos Bússola, colaborou com os Indignu, teve os Team Maria e, a solo, lançou três discos e foi Novo Talento Fnac… Já há muito tempo que é um dos nomes mais conhecidos da música de Leiria, o que foi que mudou na sua maneira de encarar a música, no novo CD Burning Hands?
Não me parece que tenha mudado muito na maneira como encaro e crio a minha música. Já tinha explorado sonoridades mais folk nos meus trabalhos a solo e sempre compus muito com a guitarra acústica, mas nunca me tinha proposto fazer um álbum que, claramente, seguisse essa linha condutora. No Burning Hands, queríamos fazer algo coeso onde todas as canções fizessem sentido num todo. Queria mostrar maturidade apesar de algumas canções do álbum terem sido resgatadas da gaveta, o tema Waters Broke, por exemplo, já deve ter uns oito anos mas fazia todo o sentido gravá-la tendo em conta o conceito do álbum.

André Pereira, formou-se no Guitar Institute em Londres e tem acompanhado formações como Ultraleve, Team Maria ou Quem é o Bob, qual considera que foi o seu contributo para o som dos Few Fingers?
O som dos Few Fingers foi uma aventura muito grande para mim… as gravações, misturas, produção e masterização foram um desafio. Ao longo dos anos, como músico aprendi muita coisa e apesar de a guitarra er o meu instrumento de formação no Guitar Institute, também gosto de outros instrumentos e a lap steel guitar é o meu instrumento de eleição. É-o devido ao som suave e harmonioso. Neste álbum tive a oportunidade de gravar todos os instrumentos e com a voz e composição do Nuno tudo encaixava… foi daí que surgiu o som de Few Fingers [poucos dedos].

A imprensa refere que o vosso CD de estreia vem recheado de “canções simples e despretensiosas, embaladas pela lap steel guitar”. Era esse o vosso objectivo quando começaram a compor?
Começámos a trabalhar no álbum depois de termos gravado o tema From Pale To Red, para a compilação Leiria Calling. Queriamos continuar a fazer folk mas sem termos isso demasiado em mente. Apenas sabíamos que a lap steel guitar tinha de estar presente nalguns temas.

Estamos a viver um momento bom para o indie e folk?
Parece-me um bom momento como qualquer outro, o indie já esteve na moda assim como o folk, com algumas bandas a subirem aos tops, mas não nos parece que o nosso futuro vá passar por modas ou tops. Nós queremos chegar a pessoas que estejam disponíveis para ouvir o nosso álbum inteiro de uma ponta à outra, que o entendam e que repitam a experiência mais algumas vezes.

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