Sociedade

O telegrafista que esteve em todos os territórios da guerra colonial

3 dez 2017 00:00

Natural da Batalha, Orlando Saraiva recorda memórias de “uma vida atribulada”

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Maria Anabela Silva

A vida de Orlando Saraiva já deu vários livros escritos pelo próprio, onde recorda memórias de “uma vida atribulada” que o levou aos quatro cantos do mundo e a todos os teatros da guerra colonial portuguesa. Sempre como telegrafista, ou “menina da rádio”, como eram apelidados estes operacionais pelos restantes companheiros.

Fora da Marinha, foi vereador na Câmara da Batalha, fundador dos Bombeiros Voluntários da vila e figurante no filme Non ou a Vã Glória de Mandar, de Manoel de Oliveira.

A 'viagem' de Orlando Saraiva começou há 90 anos ao lado do Mosteiro da Batalha. Nasceu num “berço de ouro”, mas, segundo conta, as “extravagâncias do pai”, acabariam por deitar a perder parte desse património.

A infância e adolescência foram tempos de rebeldia. Com o objectivo de “mudar a página” e porque “não queria ficar a vida toda a remendar bicicletas” na oficina do tio, seguiu a carreira militar.

Chegou à Marinha com 19 anos e apenas a terceira classe (seria já envergando a farda de marinheiro que completaria a instrução primária). A recruta foi feita em Vila Franca de Xira e a primeira viagem embarcado aconteceu numa lancha “velhinha” que não chegaria a Paço de Arcos. “Era para 27 homens e levava 300. Ficou parada no Tejo”, recorda.

Na Marinha, tirou o curso de telegrafista. “No trabalho que fazia era dos melhores, mas estragava tudo com o feitio que tinha”, conta a esposa, revelando que o almirante Leonel Cardoso - que foi chefe de Estado Maior do Comando Naval de Angola – lhe chegou a passar o serviço do marido. “Dizia-me: ‘ele é tão indisciplinado que ainda me fala mal e depois tenho de o castigar e preciso que seja ele a fazer o trabalho'”, conta D

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