Sociedade

Oposição critica ‘lucros’ da Câmara de Leiria

6 mai 2016 00:00

Assembleia municipal

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Maria Anabela Silva

 A Câmara de Leiria fechou as contas do exercício de 2015 com um resultado líquido positivo de 18,2 milhões euros, o melhor de sempre.

O número, que reflecte um aumento de 63% face a 2014, mereceu críticas das bancadas da oposição na Assembleia Municipal. No entanto, os documentos de prestação de contas acabaram por ser aprovados, na passada sextafeira, com 13 votos contra e seis abstenções.

Filipe Reis, eleito da CDU, contestou a “política dos cofres cheios”, antevendo que o saldo agora conseguido “vai servir para obras de final de mandato” e para pagar “muito alcatrão”. Frisando que o PCP é “a favor de uma gestão equilibrada”, o deputado frisou, no entanto, que “mais de 50%” das receitas corrente da autarquia resultam de impostos.

Essa chamada de atenção foi também feita pela bancada do PSD que, pela voz de Fernanda Faustino, defendeu que, face aos resultados apresentados, o município poderia proceder a um “desagravamento da carga fiscal”, através da introdução do IMI familiar e da redução da derrama e da comparticipação do IRS.

“O objectivo da câmara não é a obtenção do lucro mas a satisfação da população da forma mais eficiente possível”, acrescentou a eleita do PSD. Por seu lado, Heitor de Sousa (BE) considerou “um exagero” o acréscimo de 63% do resultado líquido registado em 2015. “Há qualquer coisa que não bate certo.

Um aumento tão grande dos resultados financeiros mostra que os objectivos de gestão fixados para 2015 foram demasiado modestos e não correspondem à capacidade de concretização de projectos e de actividades”, afirmou o eleito do BE, que desafiou o município a aumentar “significativamente” a verba destinada ao orçamento participativo do próximo ano.

Em resposta, o presidente da Câmara, Raul Castro, frisou que parte da verba que aparece como resultado líquido “não é dinheiro em caixa”, porque está “comprometida com obras”. O autarca alertou ainda para a esperada redução das receitas provenientes do IMI, com a reposição da cláusula de salvaguarda e o alargamento das isenções.

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