Sociedade

Pacheco Pereira alerta para o risco dos ideais de Abril se perderem

28 abr 2016 00:00

Historiador assinalou efeméride em Leiria

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“Três riscos corre hoje a nossa liberdade. Primeiro, o risco de perdermos o controlo democrático sobre o nosso país. O segundo, o risco que o Estado abuse dos seus poderes. Terceiro, o risco de que a pobreza impeça o exercício das liberdades.” Estes foram alguns dos alertas deixados por José Pacheco Pereira na cerimónia de comemoração do 25 de Abril, organizada pela Câmara de Leiria.

Segundo o historiador, “uma democracia não nasce apenas do dia fundador”, mas do “processo que a ajuda a consolidar”, pelo que continua a fazer “todo o sentido” comemorar Abril. Pacheco Pereira precisou que “existe o risco que a perda de soberania possa significar uma perda de democracia”.“Isto não é nacionalismo nem populismo.

Há o risco de ter um parlamento que não pode cumprir a sua mais nobre função, decidir sobre o orçamento dos portugueses.” O historiador falou ainda sobre a vigilância que o Estado tem para controlar os cidadãos. “Se hoje houvesse uma polícia como a Pide não precisava de mais nada do que aceder aos bancos de dados do fisco, do multibanco, das câmaras de vigilância e do tráfego electrónico”, disse.

O ex-deputado do PSD considerou ainda que “não há liberdade na miséria”. “Ser pobre é ser mais fraco, é ter menos educação e ter menos oportunidade. Mas há um risco maior do que todos estes, o de pensar que não podemos fazer nada face a estas ameaças à nossa liberdade e à nossa democracia”, advertiu.

O presidente da Assembleia Municipal de Leiria, José Manuel Silva, lembrou que “tal como certas flores necessitam de cuidados para se desenvolver, assim as sociedades necessitam de se auto-analisarem permanentemente para corrigirem erros e insuficiências e definirem caminhos de futuro”.

O socialista lamentou ainda que as novas gerações “quase nada saibam e menos ainda vibrem com as mudanças ocorridas”. A população em geral “aproveita o feriado e se está bom tempo vai à praia, mas é necessário que se retome o cunho participativo das comemorações, se aprofunde o significado do viver em liberdade e democracia”. ...

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