Sociedade

Pais alteram moradas para tentar manter filhos nos colégios

8 jun 2016 00:00

Pais entendem que Colégio Nossa Senhora de Fátima deve apresentar candidatura a duas turmas

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Vários encarregados de educação de alunos do Colégio de Nossa Senhora de Fátima (CNSF) estão a tentar alterar as suas moradas para Leiria, para impedir que os filhos sejam excluídos da única turma do 5.º ano que deverá ser financiada pelo Ministério da Educação (ME) no próximo ano lectivo. Apesar de o ME só autorizar a abertura de duas turmas do 5.º ano nos dois colégios de Leiria, os pais dos alunos do CNSF entendem que a Direcção devia apresentar candidatura a duas turmas, por o ME não estar a cumprir o contrato assinado com o governo anterior.

A sugestão de mudar de morada partiu de um encarregado de educação, durante uma reunião sobre os contratos de associação que decorreu no CNSF, por iniciativa da direcção, na segunda-feira, para tentar que o filho seja integrado na única turma do 5.º ano que deverá ser financiada. Em resposta, Maria Manuel, directora do CNSF, terá explicado que essa solução não resolveria o problema, pois os alunos seriam selecionados em função da morada que consta no seu processo.

Maria Manuel terá comunicado ainda que já tinha mais de uma turma preenchida apenas com alunos residentes na União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, pelo que não adiantaria alterar as moradas de residência dos pais. Mas o que é um facto é que se tem registado uma grande afluência à Junta de Freguesia de pessoas interessadas em fazer prova em como residem na freguesia. José Cunha, presidente, confirma que alguns pais pretendem manter os filhos nos colégios e outros assegurar um lugar nas escolas públicas de Leiria.

Para evitar que as pessoas prestem declarações falsas e apresentem testemunhas que as validem, José Cunha revela que as estão a encaminhar para o Registo Civil, para actualizarem o Cartão de Cidadão, já que através do Número de Identificação Fiscal é possível saber a morada (bairro fiscal). A sugestão partiu do Agrupamento de Escolas D. Dinis e passou a ser um procedimento seguido, desde então, para todos os casos.

Outra questão colocada pelos encarregados de educação prende-se com o valor da mensalidade a pagar, caso pretendam manter os filhos a estudar no CNSF, apesar de não haver lugar na turma financiada pelo Estado. A indicação da directora terá sido no sentido de que o montante seria um pouco mais elevado do que é cobrado actualmente no 1.º ciclo (cerca de 300 euros), embora não tenha precisado o valor.

Na noite de terça-feira, foi a vez da associação de pais do CNSF convocar os encarregados de educação para uma reunião, com o objectivo de lhes transmitir as medidas tomadas para impedir a redução do número de turmas com contrato de associação, em conjunto com a associação de pais do CCMI. Além da participação nas acções de protesto, reuniram com a Câmara Municipal de Leiria, assim como com os deputados eleitos pelo Círculo de Leiria.

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