Viver

Palavra de Honra | O futuro que comece depois de amanhã

24 set 2022 11:36

Edgar Venâncio, cabeleireiro

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 Já não há paciência ... para tanta gente com excesso de opinião no ciberespaço e falta dela no espaço público. Anda tudo meio que virado do avesso, as manifestações acontecem na rua e o sossego no lar, ou sou eu que ando ao contrário?

 - Detesto ... que o tempo passe e eu não o consiga agarrar. Sofro um bocado de FOMO (oh pra ele com linguagem moderna)

 - A ideia ... é tornarmos isto num lugar bonito para todos nós e aproveitarmos muito tudo isso.

 - Questiono-me se ... não seremos peças de um jogo de tabuleiro de um gigante infanto/juvenil que está apenas a divertir-se muito e claramente a fazer batota.

 - Adoro ... o cheiro a terra acabada de molhar pela chuva, de saltar nas poças e chegar a casa em modo boneco de argila com pingo no nariz.

 - Lembro-me tantas vezes de ... letras de músicas dos anos 90 de gosto duvidoso, de como elas ocupam demasiado espaço da minha memória e evitam que me lembre de coisas mais úteis. 

 - Desejo secretamente.... que viremos isto dos fins de semana de dois dias e da semana de cinco ao contrário, embora tenha a certeza de que continuaria a trabalhar tão intensamente quanto neste momento.

 - Tenho saudades ... de poder fazer tudo sem ter que me lembrar de que sou adulto e que a única consequência já não é uma ensaboadela da senhora minha mãe.

 - O medo que tive ... e que continuo a ter, quando vejo os atentados ambientais que causamos todos os dias. Ninguém nos avisou do prazo de validade deste planeta, mas já todos devíamos estar mais conscientes de que ele está a chegar ao fim a passos cada vez mais largos e de que as políticas criadas são notoriamente insuficientes e ineficazes. Isto começa em cada um de nós, malta!

 - Sinto vergonha alheia ... não sei se tenho direito a isso, envergonho-me a mim próprio com muita facilidade e frequência.

 - O futuro ... que comece depois de amanhã, que amanhã está muito em cima e eu estou sem tempo. Mas espero que seja para partilhar.

 - Se eu encontrar ... a dignidade que deixei ficar num qualquer festival de verão deixo aviso. Não voltarei a ser o mesmo e talvez tenha que mudar de país, ou até de planeta.

 - Prometo ... errar estupidamente, contribui tanto para a minha evolução.

 - Tenho orgulho ... em muitas pessoas, que tenho a felicidade de me rodearem, que fazem mais do que o impossível para tornar a minha cidade (e o mundo, na verdade) num lugar muito mais bonito para se viver.