Saúde
Partos programados de grávidas de Leiria vão ser feitos no Porto
Segundo a Direcção-Executiva do SNS, o encaminhamento das grávidas com partos programados será feito "com acordo das próprias" para o Centro Materno e Infantil do Norte
Os partos programados de grávidas de Leiria vão ser feitos no Centro Materno e Infantil do Norte, no Porto, na sequência do fecho da urgência ginecológica/obstétrica do hospital de Leiria até dia 19.
Segundo um esclarecimento da Direcção-Executiva (DE) do SNS, a solução de encaminhamento para aquela unidade do Porto é feito "com o acordo das grávidas" e o o transporte vai ser acautelado pela Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL), “estando programados 10 partos para os próximos dias”.
“As grávidas e respectivas famílias estão satisfeitas com a alternativa que lhes foi apresentada”, refere aquela nota do DE-SNS que confirma que o serviço de urgência ginecológica/obstétrica da ULSRL estará encerrado até dia 19 de Agosto devido à “indisponibilidade dos recursos humanos necessários para garantir o serviço durante este período de férias de verão”.
“O encerramento foi articulado com a ULS de Coimbra para que continue a ser dada resposta às utentes da área de influência de Leiria”, adianta a DE-SNS.
Essa informação já tinha sido avançada ao JORNAL DE LEIRIA pela ULSRL que aconselha as utentes e grávidas da sua área de influência "a ligar previamente para a Linha SNS Grávida – 808 24 24 24, para serem encaminhadas, antes de se deslocarem para qualquer unidade de saúde”.
O encerramento da urgência obstétrica, que começou esta sexta-feira, está a ser contestado por autarcas da região. Segundo Gonçalo Lopes, presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e da câmara da capital de distrito, os autarcas estão "bastante preocupados", por se tratar de um período "muito grande de encerramento".
Em declarações à Lusa, Gonçalo Lopes defende que "deve existir outro tipo de soluções, para poder dar resposta" em momentos mais complicados, como o verão, com "um reforço de financiamento e de atracção de médicos em períodos críticos em hospitais como o de Leiria”.
A situação motivou também a intervenção dos deputados do PSD eleitos pelo distrito, que questionaram a ministra da Saúde sobre este encerramento e sobre os constrangimentos que têm sido registados nas urgências dos hospitais de Leiria e de Caldas da Rainha, que "continuam, de forma intermitente" a fechar, "obrigando ao 'desvio' dos utentes para outros hospitais".
"Não podemos privar toda uma região de aceder às urgências obstetrícias durante 18 dias [serão 17, já que a 19 de Agosto o serviço reabrirá de manhã], obrigando as grávidas e doentes a deslocarem-se até Coimbra, que, em alguns casos, fica a mais duas horas de distância, e ao Porto para situações de cuidados programados”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.
Citado num comunicado da OM, Carlos Cortas considera "inadmissível que ano após ano não sejam acautelados os factores que contribuem para o encerramento de urgências, nomeadamente criando condições adequadas para atrair mais médicos para o SNS”.