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Paulina Chiziane, Prémio Camões 2021, vai estar à conversa em Leiria, na Arquivo

5 mai 2023 09:21

A livraria Arquivo vai receber em Leiria a escritora moçambicana Paulina Chiziane, a quem foi atribuído o Prémio Camões 2021

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A autora de “Niketche: Uma História de Poligamia” é a primeira mulher negra a receber o prémio de maior prestígio da língua portuguesa, realça o ministro da Cultura
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Nesta sexta-feira, 5 de Maio, Paulina Chiziane recebe, numa cerimónia a decorrer no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, o Prémio Camões que lhe foi atribuído em 2021.

E na próxima quinta-feira, 11 de Maio, a escritora moçambicana vai estar à conversa com leitores na livraria Arquivo, em Leiria, numa sessão com início às 18:30 horas.

“É a primeira mulher negra a receber o prémio de maior prestígio da língua portuguesa”, realçou o ministro da Cultura, em declarações à agência Lusa.

De carácter anual, o galardão “presta homenagem a um escritor que, pela sua obra, contribua para o enriquecimento e projecção do património literário e cultural de língua portuguesa”, assinala uma nota do Governo.

Para Pedro Adão e Silva, a entrega do Prémio Camões a Paulina Chiziane “é um momento de enorme significado e enorme simbolismo para a cultura em português”.

A sessão na Arquivo, na próxima quinta-feira, tem entrada gratuita, sujeita à lotação disponível.

Ainda segundo a nota do Governo, o júri, que elegeu por unanimidade a escritora moçambicana, justificou a escolha com a “sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra”.

Constituído por Jorge Alves de Lima (Brasil), Raul César Gouveia Fernandes (Brasil), Teresa Manjate (Moçambique), Ana Maria Martinho (Portugal), Carlos Mendes de Sousa (Portugal) e Tony Tcheka (Guiné-Bissau), o júri da 33.ª edição do Prémio Camões destacou também, na declaração oficial, “a importância que Paulina Chiziane dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana” e “o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura e outras artes”.

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955.

Publicou o primeiro romance, Balada de Amor ao Vento, em 1990, que é considerado o primeiro romance publicado de uma mulher moçambicana.

Com Niketche: Uma História de Poligamia, venceu o Prémio José Craveirinha de Literatura em 2003.

Escreveu também Ventos do Apocalipse, Sétimo Juramento, O Alegre Canto da Perdiz, As Andorinhas, Na mão de Deus, Por Quem Vibram os Tambores do Além, Ngoma Yethu: O curandeiro e o Novo Testamento e O Canto dos Escravos.

Instituído por Portugal e pelo Brasil, o Prémio Camões tem o valor pecuniário de 100 mil euros, assumido em partes iguais pelos governos de ambos os países.

As cerimónias de entrega do galardão sofreram atrasos consideráveis, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia e à recusa do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro de assinar o diploma para que Chico Buarque pudesse receber o prémio de 2019, o que só veio a acontecer, em Lisboa, no final do mês passado.