Desporto

Pedro Portela: fintas a arbustos, grandes golos na casota do cão e agora o Mundial

14 jan 2021 17:51

Tudo começou ainda era um petiz, na brincadeira com o irmão Luís, lá por casa. O andebol cedo se tornou muito mais do que um hobby. A paixão levou-o aos maiores palcos do planeta

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Pedro Portela está no Egipto a disputar o Mundial por Portugal
Nebojsa Tejic/kolektiff

São, duas realidades absolutamente díspares aquelas em que os dois irmãos Portela jogam andebol. Dois universos opostos entre uma prática absolutamente amadora e descontraída no Atlético Clube da Sismaria do central Luís e outra altamente competitiva e profissional do ponta-direita Pedro, nos franceses do Tremblay e na selecção nacional que disputa, pela primeira vez em 18 anos, o Mundial da modalidade, no Egipto.

Antes de o irmão rumar à grande Paris, Luís, sempre que podia, ia ver os jogos de Pedro a Alvalade, tal como Pedro não perdia um desafio da Sismaria na Gândara sempre que se deslocava a Leiria. É, sempre foi, assim. O apoio é incondicional, uma união “inquebrável” que vem do berço e que tanto orgulha toda a família. Mesmo agora, especialmente quando há algum problema, recorrem imediatamente um ao outro

Uma união que se deu logo no primeiro passo desta caminhada até aos patamares mais altos da modalidade. Quando Luís, com os seus dez anitos, entrou no Académico de Leiria, o irmão, quatro anos mais novo, foi atrás, “ainda nem podia jogar”, recorda o pai João. “Andava sempre connosco, com os mais velhos, até começar a jogar nos bambis”, recorda o varão.

Desde petiz que Pedro Portela açambarca os prémios de melhor jogador (Foto: DR) 

 

Já na altura Pedro Portela se destacava dos demais. “Tinha uma grande vantagem, pois era canhoto, que ainda por cima tinha jeito para a coisa. Não parava de evoluir e como o nosso pai era dirigente do clube, passava os intervalos dos jogos dos escalões mais velhos do Académico dentro de campo, a fazer remates. Ou seja, tinha um grande contacto com a modalidade, muito maior do que os outros miúdos da mesmo idade. Tornou-se algo natural”, explica o irmão.

De tal forma que “já estava farto de ser bambi”, recorda o progenitor. “Todos os anos me perguntava se podia deixar de ser bambi, mas na altura não se podia subir de escalão.”

Em casa, a bola também não parava. “Jogávamos até partir alguma coisa”, explica Luís. João lembra-se, até, do vidro da porta de entrada estilhaçado. Pedro, “das jarras” de um quarto lá de casa, até porque “as balizas eram as portas e as janelas” e os acidentes estavam sempre a acontecer. Depois, ainda jogavam na rua.

“Fintávamos os arbustos e fazíamos remates para a porta de uma casota enorme que tínhamos.” Quem ganhava? “Era eu. Ele era mais novo”, diz, entre sorrisos, Luís Portela.

Luís Portela joga no Atlético Clube da Sismaria, de Leiria (Foto: Ricardo Graça)

 

O jeito estava lá, sempre esteve, mas a verdade é que nunca quis – ou conseguiu – levar o andebol tão a s

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