Sociedade
Peniche recebe exercício com drones que ajudam bombeiros a combater incêndios
Indústria aeronáutica portuguesa – incluindo uma empresa com instalações no distrito de Leiria – junta-se para demonstrar capacidade para responder no imediato às necessidades de aeronaves não tripuladas para a época de fogos florestais
Durante o exercício, que pretende demonstrar mais-valias na prevenção, combate, rescaldo e pós-rescaldo de incêndios, vai ser utilizado o sistema aéreo não tripulado Tekever AR3, um drone de fabrico 100 por cento português desenvolvido pela Tekever, empresa de Lisboa que também tem instalações no distrito de Leiria, na região Oeste.
Com uma autonomia superior a 16 horas, o AR3 pode ser operado a partir de qualquer teatro de operações em missões marítimas ou terrestres, não necessita de pista para descolar ou aterrar e transmite informação em tempo real a mais de 100 quilómetros de distância, dia ou noite, explica a Tekever.
Já está a ser utilizado no estrangeiro e no tema dos incêndios apresenta vantagens “na identificação de zonas de risco, detecção imediata de pontos quentes e acompanhamento da progressão das frentes de fogo”, afirma Ricardo Mendes, CEO da Tekever.
Hoje, 26 de Maio, pelas 15 horas, no Aeródromo de Atouguia da Baleia, concelho de Peniche, está agendado um exercício de simulação de incêndio com demonstração de tecnologia aérea não tripulada.
Em meados de Maio, o Conselho de Ministros autorizou a Força Aérea a adquirir “12 sistemas de aeronaves não tripuladas (UAS) Classe 1 para corresponder à necessidade urgente de vigilância adicional, durante o período do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais 2020”, num montante até 4,5 milhões de euros, “incluindo a actualização e adaptação do sistema de comando e controlo”.
Esta tarde, na Atouguia da Baleia, a indústria aeronáutica portuguesa junta-se para demonstrar que Portugal tem capacidade instalada e de resposta imediata aos desafios de prevenção e combate a fogos florestais, numa fase em que o contágio pela Covid-19 é um risco adicional no teatro de operações.
As empresas irão levar a cabo, em conjunto com os bombeiros locais, um exercício em cenário real de localização de um foco de incêndio, com recurso a tecnologia não tripulada.
O conjunto de empresas conta, para já, com a Tekever, o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, a GMV e a Spin.works e representa uma cadeia de valor com capacidade de fornecer no imediato tecnologia não tripulada, apoio à operação, manutenção das aeronaves e tratamento de dados provenientes dos aviões durante todo o período de fogos florestais.
Somam mais de 500 engenheiros especializados e representam mais de 90 por cento das exportações nacionais no sector da tecnologia aérea não tripulada.
“A tecnologia não tripulada de fabrico nacional é uma referência internacional e poderá ser um auxílio fundamental para todas as forças que previnem e combatem os incêndios, mitigando o contágio por Covid-19”, refere Ricardo Mendes, CEO da Tekever, empresa que é líder europeia na operação e fabrico de drones para missões de vigilância marítima.