Sociedade

Politécnico de Leiria ao lado da Europol no centro do combate à cibercriminalidade na Europa

10 out 2025 09:33

Instituição participou na Conferência Anual sobre Cibercriminalidade, nos Países Baixos

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O Politécnico de Leiria esteve presente, durante quatro dias, na sede da Europol, nos Países Baixos, para participar em reuniões conjuntas dos quatro grupos consultivos em actividade na Europol (Segurança na Internet, Prestadores de Serviços de Internet, Serviços Financeiros e Investigação e Desenvolvimento) e na Conferência Anual sobre Cibercriminalidade, a maior conferência promovida pela Europol, este ano subordinada ao tema Analisando os desafios dos dados na linha da frente do mundo digital.

A instituição integrou, em Janeiro deste ano, o mais recente Grupo Consultivo para a Investigação e Desenvolvimento, cujo objectivo é estabelecer uma rede de colaboração com parceiros de instituições de ensino superior e de investigação, refere uma nota de imprensa.

Segundo o Politécnico de Leiria, este grupo pretende "apoiar os organismos responsáveis pelo combate ao cibercrime no reforço da ciberconsciencialização e na partilha de conhecimento, investigação e inovação no domínio do combate ao cibercrime com o meio académico".

“O balanço destes quatro dias é bastante positivo. Em primeiro lugar, por integrarmos um grupo que está a trabalhar activamente na mitigação de problemas concretos de cibersegurança na Europa. Enquanto grupo consultivo, vamos procurar apresentar propostas de melhoria e planos de acção, nomeadamente ao nível da sensibilização, e de novas políticas, como por exemplo relacionados com a utilização dos dispositivos e das aplicações. Para a instituição é um privilégio e é muito benéfico estar num grupo tão restrito e tão importante dentro da estrutura da Europol”, afirma Mário Antunes, professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, que integra o Grupo Consultivo para a Investigação e Desenvolvimento.

O docente destaca ainda “o networking fomentado não só nas reuniões dos grupos, mas também na conferência, que permite potenciar colaborações futuras”. “Estamos a falar de instituições de diversos domínios, desde organizações não governamentais, prestadores de serviços de Internet, empresas de desenvolvimento  de software, centros de investigação e as instituições de ensino superior".

"Ao estarmos neste palco, temos a oportunidade de estabelecer ligações e contactos que nos permitirão desenvolver novos projetos e parcerias.”

Nas reuniões dos quatro grupos consultivos foram discutidos temas como o impacto da inteligência artificial, as operações de desmantelamento de grupos de malware, as variantes emergentes do ransomware, proxies residenciais, entre outros, e realizadas distintas apresentações das equipas de operação da Europol, com o objetivo de encontrar projetos transversais aos vários grupos em diferentes áreas de operação, nomeadamente no contexto da ciberconsciencialização, refere o comunicado. 

“Esta é uma preocupação enorme por parte da Europol, promover a consciencialização sobre os cibercrimes a vários níveis, mas sobretudo junto das camadas mais jovens, assim como uma consciencialização em larga escala. O formato de acções tradicionais de formação e sensibilização já está esgotado, sendo que agora passará muito por apostar em ações mais massificadas, usando mecanismos de gamificação, algo em que já estamos a trabalhar em conjunto”, explica Mário Antunes.

Já na Conferência de Cibercriminalidade, onde estiveram presentes cerca de 600 participantes oriundos de vários quadrantes ligados à cibersegurança – como polícias, empresas, centros de investigação, academia, prestadores de serviços, entre outros –, foram debatidos temas como Acesso aos dados versus privacidade, Dados nas operações, Legislação baseada em dados, Diplomacia cibernética e Prevenção do crime cibernético

“A conferência trouxe à discussão preocupações emergentes ao nível da cibersegurança, porque efectivamente o mundo digital está a ficar muito perigoso e complicado. E todas estas instituições estão a trabalhar no sentido de propor procedimentos, boas práticas, aplicações e estratégias para procurar bloquear algumas destas atividades maliciosas. O que é, naturalmente, um trabalho a longo curso”, sublinha Mário Antunes.

“De alguma forma, isto também nos dá um sinal de que o Politécnico de Leiria está dentro desta problemática e está na linha da frente, juntamente com um conjunto alargado de instituições ligadas à Europol, para contribuir com os seus conhecimentos e experiências, e trabalhar no sentido de melhorar a cibersegurança na Europa", acrescenta.

O Politécnico de Leiria tem em funcionamento vários cursos na área da cibersegurança, como o curso TeSP em Cibersegurança e Redes Informáticas, e o mestrado em Cibersegurança e Informática Forense.

A instituição integra ainda o Programa Nacional na Área da Cibersegurança, no âmbito do qual pertence ao Centro de Competências em Cibersegurança da Região Centro (CCC-Centro), um dos sete centros de competências criados a nível nacional, desenvolvidos no âmbito da C-Network. 

A instituição tem também diversos protocolos de cooperação com o Gabinete Cibercrime da Procuradoria Geral da República e com as principais forças de segurança nacionais, como é exemplo o protocolo de cooperação firmado com a Polícia Judiciária, em 2022, na área das perícias forenses, nos domínios da formação, apoio técnico e cedência mútua de equipamentos de cariz tecnológico. Neste âmbito, a instituição conta com o Laboratório de Informática Forense (LabCIF), equipado para assegurar a realização de perícias forenses de equipamentos informáticos.