Saúde

Politécnico e empresa de Leiria ajudam a desenvolver aplicação para treino auditivo

29 jun 2020 18:00

Através de um jogo com dez níveis, a aplicação permite treinar o ouvido para melhorar a compreensão de palavras em ambientes adversos.

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Aplicação é gratuita e está disponível para download nas plataformas Google e iOS,
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O Politécnico de Leiria e a empresa Evollu, também sediada na região, integram uma parceria liderada pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) que desenvolveu uma aplicação para smartphone que permite “treinar” o ouvido para melhorar a capacidade de percepção das palavras em ambiente ruidoso.

Através de um jogo com dez níveis, “em que a dificuldade de percepção da palavra vai crescendo devido ao aumento da intensidade do ruído”, a aplicação permite fazer treino auditivo. O objectivo, explica uma nota da ESTeSC-IPC, é conseguir “melhorar a compreensão de palavras em ambientes adversos”.

Disponível para download nas plataformas Google e iOS, a ferramenta, gratuita e acessível através de smartphone, foi apresentada a investigadores e profissionais de saúde no passado sábado, num workshop do congresso Annual Meeting, promovido pela ESTeSC-IPC.

“Esta é uma ferramenta fundamental para o profissional de saúde que trabalha com treino auditivo”, afirma a docente da licenciatura em audiologia e coordenadora do projecto na ESTeSC, Margarida Serrano, explicando que a aplicação deverá ser utilizada “a partir do momento em que há sinais de dificuldade de entendimento do discurso em ambientes adversos”.

A dificuldade em perceber no ruído “é uma das principais queixas em relação à audição, sendo um problema que se agrava com a idade – quando a velocidade de processamento cognitivo diminui ou começa a haver perda de audição”, refere aquele comunicado.

Na aplicação, o utilizador ouve uma palavra ou uma pseudo-palavra tendo, depois, de identificá-las entre as duas opções escritas propostas. As palavras apresentadas “são pares mínimos que diferem, por exemplo, apenas numa vogal ou numa oclusiva (chama/tama; sapo/lapo, etc)”. “Os resultados “mostram que a melhoria de percepção adquirida com a utilização da aplicação se repercute no dia a dia dos utilizadores”, acrescenta a nota da ESTeSC-IPC.

Esta ferramenta foi desenvolvida no âmbito do Projecto EVOLLU - Experiências Auditivas Melhoradas, financiado pelo programa Centro 2020, e que tem como parceiros a empresa Evollu, o Institute of Systems and Robotics, o Center for Informatics and Systems da Universidade de Coimbra e o Instituto Politécnico de Leiria.