Sociedade
Presidente da Liga considera Dia do Combatente homenagem aos ex e actuais soldados
O presidente da Liga dos Combatentes destacou hoje que o Dia do Combatente é uma homenagem aos ex-soldados de La Lys e do Ultramar, mas também aos militares portugueses que hoje se encontram espalhados pelo mundo
O tenente-general Chito Rodrigues falava à margem das cerimónias comemorativas do 100.º aniversário da Fundação da Liga dos Combatentes, do 103.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, presididas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que não falou.
“Estamos a evocar o centenário daqueles que caíram e nem se sabe onde e estão aqui no túmulo do soldado desconhecido [Mosteiro da Batalha]. Estamos a evocar o 103.º da Batalha de La Lys. Para nós há um século que é o Dia do Combatente, mas este ano foi reconhecido pela própria Assembleia da República”, salientou Chito Rodrigues.
O presidente da Liga acrescentou que esta cerimónia é também uma “homenagem àqueles que hoje estão espalhados pelo mundo inteiro, pelo novo Ultramar de Portugal: os que estiveram na Bósnia, no Iraque, no Afeganistão e no Centro Africano, como os que estão nas antigas colónias portuguesas a formar as pessoas”.
Nas cerimónias de hoje, Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou o Memorial aos Combatentes Batalhenses no Jardim do Condestável, um monumento com quatro túmulos, onde constam 12 nomes de soldados falecidos em Angola, França, Guiné e Moçambique.
“Há 100 monumentos daqueles que se bateram na Grande Guerra e 415 dos que se bateram na Guerra do Ultramar. São símbolos de uma cultura que nasce no povo. É a população portuguesa que ergue estes monumentos, como o que aqui inauguramos e como aquele que amanhã vou inaugurar em Caldelas”, destacou o presidente da Liga dos Combatentes.
Chito Rodrigues preferiu não abordar os problemas que os ex-combatentes continuam a enfrentar, mas admitiu que são “reivindicações justas” pelas quais a Liga irá lutar.
“Hoje é dia de festa, não é dia para falar das coisas que nos faltam ou salientar que há muitos combatentes ainda com fome, com pensões de pobreza, com suplementos especial de pensão com verbas pouco significativas e que não os ajudam em nada”, referiu.
O presidente do Núcleo da Batalha da Liga dos Combatentes, Alexandre Evaristo, considerou que o Memorial é um “anseio de 81 anos para conseguir homenagear na freguesia da Batalha os seus 12 combatentes”.
Já Paulo Batista Santos, presidente do Município da Batalha, que investiu 12.500 euros na obra, afirmou ser “um dia muito importante”, não só pelo monumento, mas também por acolher a cerimónia dos 100 anos da Liga dos Combatentes.
“Desde 1921 que está aqui o soldado desconhecido, o que é uma referência histórica muito relevante para a Batalha e seria uma pena se, por esta pandemia, esta cerimónia não se realizasse”, adiantou, ao referir que a covid-19 não poderia travar a “honra aos militares que sofreram pandemias piores e circunstâncias piores e sobreviveram e lutaram pela pátria”.
Após ter assistido à concelebração eucarística, pelos combatentes falecidos, presidida pelo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Rui Valério, o Presidente da República depositou uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido e homenageou os mortos em combate.