Saúde

Projecto Bata Branca vai dar mais médicos a Leiria e a Ourém

2 fev 2024 12:39

Reforço do programa para "minimizar" o problema da falta de médicos de família, que afecta mais de 100 mil utentes na área da Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria.

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Protocolo assinado esta manhã entre Câmara de Ourém, a ULS e a Misericórdia de Fátima-Ourém
Maria Anabela Silva
Maria Anabela Silva

A partir de segunda-feira, todas as unidades de saúde do concelho de Ourém vão dispor de médico, através do reforço do projecto Bata Branca, que irá também alargar a resposta na sede do concelho.

De acordo com o protocolo assinado esta sexta-feira, entre a câmara, a Santa Casa da Misericórdia de Fátima-Ourém e da Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria, o concelho passa a dispor de 150 horas semanais de serviços médicos, o que representa mais 50 horas em relação ao que está em vigor.

Também em Leiria, houve um reforço do programa, que, esta quinta-feira passou, de 150 para 300 horas semanais, segundo revelou Licínio de Carvalho, presidente do Conselho de Administração da ULS de Leiria na assinatura do protocolo com o Município de Ourém, que assegura parte da remuneração dos médicos contratados.

"Estamos a usar todas as ferramentas para minimizar o problema da falta de médicos de família", assegurou Licínio de Carvalho, frisando que na área da ULS, que integra dez concelhos da região, há cerca de 100 mil utentes sem clínico atribuído.

Desses, 18 mil são residentes em Ourém e estão a ser acompanhados pelos médicos contratados ao abrigo do programa Bata Branca, que vão algumas horas por semana às extensões de saúde. "Para já, é o que conseguimos fazer. Não sendo o ideal, é o que podemos fazer para minorar o problema. O desejável passa por ter mais médicos de família", assume Luís Albuquerque, presidente da Câmara de Ourém.

Também Licínio de Carvalho aponta como "primeira prioridade" a contratação de médicos de família, mas reconhece que há dificuldades, pelo que, no curto prazo, são necessárias alternativas. O recurso a médicos aposentados, à contratação de serviços através de empresas e o programa Bata Branca são algumas da soluções. "Todas as ajudas são preciosas e todas somadas são insuficientes", reconhece o administrador.

Durante a assinatura do protocolo para o alargamento do Bata Branca, através do qual o município assume parte dos encargos com a remuneração dos clínicos, Luís Albuquerque voltou a reivindicar a criação de um serviço de atendimento permanente no Centro de Saúde de Ourém, a funcionar até à meia-noite. Além de resolver "muitos problemas do concelho", iria "aliviar" as urgências do hospital de Leiria, alega.

Licínio de Carvalho confessou que gostaria de implementar essa resposta em três ou quatro concelhos da área da ULS, entre os quais Ourém, e que está a ser feito trabalho nesse sentido, mas a prioridade é "ter resposta programada para a população".