Sociedade
Projecto de lar de Abiul combate declínio cognitivo em idosos
O espaço exterior do Lar Otília Lourenço será alvo de requalificação, tornado 100% acessível
O projecto Sentir É Viver, da Fundação Dr José Lourenço Junior, de Abiul, Pombal, vai combater o declínio cognitivo em estado inicial ou avançado, acentuado pela pandemia, em idosos, com patologias diversas, nomeadamente com estados demenciais ou depressivos.
A solução passa pela implementação de Programa de Intervenção Terapêutico (PIT) com Estimulação Cognitiva e Motora em Jardim Sensorial, com recurso a actividades sensoriais e motoras no exterior, em contacto com a natureza e o ambiente, refere uma nota de imprensa da entidade.
O PIT será complementar às actividades e intervenções que se realizam de estimulação cognitiva com terapia Snoezelen na sala multissensorial existente no interior da instituição, inaugurada em Setembro de 2022.
O espaço exterior do Lar Otília Lourenço, em Abiul, será alvo de requalificação, tornado 100% acessível, dotado de equipamentos musicais. Serão criados percursos sensoriais de estimulação dos sentidos, ferramentas para actividade física e outros meios.
Serão realizadas as intervenções personalizadas com os idosos para Estimulação Cognitiva e Motora, em grupo ou individuais, em contacto directo com a natureza e o meio ambiente, acrescenta a Fundação.
“Esta abordagem não farmacológica é inovadora, já testada e validada em diversos estudos científicos como Intervenção em Jardim Terapêutico e Sensorial (Landscape and Urban Design for Health and well-being, Souter-Brown, Gayle, 2015)”, lê-se na comunicação.
Segundo a Fundação, “ao combater o aumento e agravamento de estados demenciais e depressivos, através da estimulação física e cognitiva, o impacto reflecte-se directamente na qualidade do envelhecimento, na qualidade de vida e bem-estar dos próprios beneficiários e, por consequência, na qualidade da relação com familiares e cuidadores (formais e informais)”.
A necessidade de intervir em actividade de estimulação física e cognitiva tem “por foco a prevenção e minimização de fragilidades, a promoção de hábitos saudáveis, a prevenção de situações de isolamento, o aumento do bem-estar psicológico e emocional e a prevenção do agravamento de sintomas demenciais”, refere a Fundação Dr José Lourenço Junior.
O jardim sensorial constitui-se ainda como um espaço de educação não-formal para todas as pessoas, independente de qualquer limitação física ou cognitiva; nascendo como proposta de inclusão social, soma-se-lhe a perspetiva pedagógica para o ensino da biodiversidade, sendo ainda uma opção recreativa e um espaço não-formal de promoção educacional para a sustentabilidade.
Serão assim promovidas neste espaço actividades diferenciadas para seniores, actividades intergeracionais bem como a dinamização de workshops e ateliers, por parceiros diversos.
Esta foi uma das 36 candidaturas seleccionadas na 10ª edição do Prémio BPI Fundação ”la Caixa” Seniores, que atribuiu 1,3 milhões de euros.