Viver

Proust e Rodrigues Lobo. Música celebra escritores em Leiria

9 nov 2022 10:45

Dois concertos: João Pedro Delgado (viola de arco) e Hélder Marques (piano) no Teatro Miguel Franco, a Filarmónica de Chãs no Teatro José Lúcio da Silva

proust-e-rodrigues-lobo-musica-celebra-escritores-em-leiria
Banda Filarmónica de Chãs, numa imagem de arquivo
DR

Os dois espectáculos acontecem no próximo sábado, 12 de Novembro, em Leiria, ambos com início às 21:30 horas.

No Teatro Miguel Franco, assinala-se o centenário da morte de Marcel Proust com João Pedro Delgado (viola de arco) e Hélder Marques (piano); no Teatro José Lúcio da Silva, é Francisco Rodrigues Lobo que está no centro da celebração, por iniciativa da Filarmónica de Chãs.

Voz do Lis e do Lena, dos campos e dos vales, da fauna e da flora, a escrita de Francisco Rodrigues Lobo é bucólica, utópica, mas, em simultâneo, contemporânea.

Os 400 anos da morte do poeta natural de Leiria (1574-1621) que assina A Primavera, O Pastor Peregrino e O Desenganado foram assinalados em 2021 pelo Município, com vários eventos e projectos.

Sábado, no Teatro José Lúcio da Silva, a Filarmónica das Chãs vai apresentar um espectáculo de homenagem a Rodrigues Lobo que reúne música, dança e teatro.

Estão anunciadas duas composições originais da autoria de João Gaspar e são convidados especiais da Banda Filarmónica de Chãs a pianista Estela Albino, o actor Tomé Simões Dionísio, a soprano Adriana Paraíso, a fadista Filipa Maltieiro, as alunas da Escola de Música de Chãs Carolina Crespo e Joana Crespo e a companhia de dança Staccato.

Já à venda, os bilhetes têm o valor de 3,50 euros.

À mesma hora, o francês Marcel Proust, autor do romance Em Busca do Tempo Perdido, será lembrado em Leiria no recital Du Côte de Chez Proust, com João Pedro Delgado (viola de arco) e Hélder Marques (piano).

No programa, que propõe “uma viagem à Paris de viragem de século”, constam composições de César Franck, Reynaldo Hahn, Léon Honnoré, Gabriel Fauré, Eugène Cools e Louis Vierne.

“Poder-se-ão ouvir obras de alguns dos seus amigos mais próximos, de obras dedicadas a violetistas que tocaram em sessões musicais privadas na casa do escritor, bem como a provável fonte da famosa petite phrase que constituiu o leitmotiv de toda a sua obra-prima – a sonata de César Franck –, entre outras peças de grande circulação no seu tempo”, refere a nota de divulgação.

Os bilhetes custam 7,5 euros (descontos aplicáveis).

Segundo a organização, “o mundo literário de Proust é marcado de forma indelével pela sua forte ligação à criação musical” e a própria existência do romance Em Busca do Tempo Perdido “deve-se no seu fundamento mais profundo à estrutura de uma série de obras musicais que lhe deram origem”.

“A abordagem proustiana à memória, à sensibilidade individual, ao tempo e à forma como este vai determinando a nossa construção em relação ao mundo, tem a sua raíz primeira na exploração da ambivalência da percepção musical, na análise das ideias estruturantes da obra musical, na forma como estas determinam como recebemos, em cada momento, os temas melódicos ou harmónicos, e como esta relação mútua entre sujeito e obra condicionam a nossa perspectiva do mundo e do tempo”, é referido na apresentação do concerto.