Economia

Quebra “muito significativa” na colheita de pera rocha

27 ago 2022 11:30

Produtores do Oeste esperam diminuição acima dos 40%

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Decorridos os primeiros dias da colheita, que começou na semana passada, a Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha (ANP) revela que é esperada uma quebra “muito significativa” da quantidade deste fruto este ano.

“Dados mais concretos da referida diminuição estão a ser quantificados, mas é possível que as quebras venham a ser superiores às anteriormente previstas”, aponta a associação em comunicado.

Ao JORNAL DE LEIRIA Domingos Santos, presidente da ANP, explica que as previsões iniciais apontavam para quebras na ordem dos 30%, mas que neste momento já se percebeu que serão “acima dos 40%”, em valores que não consegue ainda precisar.

Significa isto que esta campanha deverá resultar na colheita de apenas cerca de 140 mil toneladas de pera.

Na campanha de 2021/2022, a produção situou-se nas 220 mil toneladas de pera rocha, das quais 60 a 70% foram exportadas.

“Esta situação [quebra de produção] decorre das condições climatéricas que se verificaram ao longo do ciclo produtivo, nomeadamente a escassez de água, limitadora da quantidade da água de rega, e das altas temperaturas que se verificaram no mês de Julho, que influenciaram negativamente o crescimento dos frutos”.

Devido à menor produção, há este ano menor necessidade de mão-de-obra para a colheita.

Prevê-se que a Pera Rocha do Oeste se apresente em frutos de menor calibre, mas de “excelente qualidade, nomeadamente ao nível do brix (açucares) e da baixa incidência de pigmentação”.

“Estarão reunidas as condições para reforçar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em torno da Rocha do Oeste, fruto português de características únicas, detentor de excelente qualidade organolética e atributos próprios adequadas ao consumo crescente de fruta para uma alimentação saudável, resultantes do saber, da tradição a passar a gerações futuras”, diz a associação.