Economia

Quebras na produção de pera rocha podem chegar aos 25% devido ao calor

30 ago 2018 00:00

Deverão ser colhidas entre 180 mil e 190 mil toneladas, que comparam com as 210 mil da última campanha

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A produção de pera rocha deste ano, cuja colheita começou esta segunda-feira, arranca com quebras entre 15 e 25% devido ao calor deste mê. Deverão ser colhidas entre 180 mil e 190 mil toneladas, que comparam com as 210 mil da última campanha, apontou à Lusa a associação do setor.

“Tínhamos uma previsão de quebra de 9% em relação à colheita anterior, mas com o escaldão dos dias 3 e 4 de Agosto prevê-se [agora] uma quebra de 15 a 25%”, afirmou Domingos dos Santos, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha (ANP), que representa o sector.

O responsável explicou que “o calor queimou a fruta que estava mais exposta ao sol”, tornando-a logo imprópria para ser comercializada”. Além disso, o calor “criou um choque térmico tão elevado que veio atrasar o crescimento da fruta”, afirmou.

Os produtores temem ainda que o crescimento da fruta possa ter estagnado e que, por isso, comece a amadurecer mais cedo, ficando em calibres mais pequenos e reduzindo a quantidade da produção.

A colheita, que começou esta segunda-feira para a maioria dos produtores, mobiliza mais de 50 mil trabalhadores. Mas o sector tem vindo a ter mais dificuldades em conseguir contratar mão-de-obra sazonal, não só pelo atraso no arranque da campanha face ao aproximar do fim das férias dos estudantes, mas também pela “carga burocrática” existente.

A alternativa passa por recrutar trabalhadores estrangeiros, avança o responsável da ANP. “Como a colheita dos frutos vermelhos foi na Primavera, alguns desses trabalhadores vêm para a pera rocha e para as vindimas. Temos trabalhadores africanos e asiáticos, nomeadamente da Tailândia, Bangladesh, Nepal e da antiga Birmânia (Myanmar)”, disse.

Contudo, explicou o dirigente, o processo junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras demora seis ou sete meses. “Como é que eu vou em fevereiro contratar pessoas quando nem sequer as árvores têm folhas nem flores, e não sei qual vai ser a minha produção&rdqu

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