Sociedade

Raimundo acusa PS de roubar bandeiras da direita e pede “voto útil” na CDU

27 fev 2024 09:41

Paulo Raimundo apontou a CDU como “porto seguro” nas legislativas de 10 de Março, considerando que “a luta dos trabalhadores não é coisa do passado”

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O líder da CDU esteve na Marinha Grande na segunda-feira à noite
CDU/Arquivo
Redacção/Agência Lusa

O secretário-geral do PCP acusou hoje o PS de roubar as bandeiras da direita nos últimos anos e reivindicou a utilidade do voto na CDU, lembrando os avanços, ainda que “limitados e insuficientes”, dos tempos da Geringonça.

“O voto na CDU serviu para o combate à maioria absoluta e ao prosseguimento da política de direita. Essas opções da maioria absoluta do PS, que, na prática, nestes últimos dois anos roubaram as bandeiras ao PSD, à IL, mas também ao Chega, desde logo quando subjugaram os interesses nacionais e o poder político aos interesses dos grupos económicos e quando se recusaram, juntos, aos direitos dos trabalhadores e ao urgente aumento dos salários”, disse.

Com sala cheia na Casa da Cultura – Teatro Stephens, na Marinha Grande, Paulo Raimundo aproveitou o último comício do segundo dia de campanha para acentuar a importância da acção da Coligação Democrática Unitária (CDU, que junta PCP e PEV) na Geringonça, ao lado de PS e BE, entre 2015 e 2019, assegurando que “o voto na CDU, hoje, como sempre, é um voto mais que útil, é o voto necessário”.

“Em 2015, a CDU assumiu um papel determinante para pôr para fora do poder o PSD e o CDS. Temos muito orgulho nesse passo que demos”, frisou o líder comunista, continuando: “O voto na CDU serviu para garantir avanços, ainda que limitados e insuficientes, como foram o aumento extraordinário das pensões, os manuais escolares e creches gratuitas, a diminuição do passe intermodal, o fim do PEC e por aí fora”.

Paulo Raimundo apontou a CDU como “porto seguro” nas legislativas de 10 de Março, considerando que “a luta dos trabalhadores não é coisa do passado” e que a estes cabe responder de forma prioritária com o aumento dos salários e uma justa distribuição da riqueza.

Numa iniciativa na qual contou com a presença do histórico militante comunista Domingos Abrantes, que alertou para “uma das maiores campanhas anticomunistas de sempre”, o secretário-geral do PCP enalteceu o papel do partido na luta contra a ditadura.

“Somos com muito orgulho os herdeiros históricos dessa luta pela liberdade”, declarou, além de salientar que o 25 de Abril de 1974 “não é coisa do passado ou uma data do calendário”.

“A revolução de Abril mostrou que é preciso conquistar uma vida melhor. Na sua constituição está o mapa para as soluções do presente e para o futuro do país. Transportamos esse projecto, essas conquistas e essa experiência”, explicou.

No discurso do líder comunista não faltaram ainda ataques aos lucros de 856 milhões de euros do Millennium BCP em 2023, cerca de quatro vezes mais face ao ano anterior, mas também à informação de que os despejos subiram 17%. Para Paulo Raimundo, as duas situações refletem a primazia dos interesses dos grupos económicos e os problemas na habitação.

“Esses contribuem zero para o esforço que é preciso fazer. Connosco, não. Connosco, é para enfrentar esses interesses e pôr uma parte desses lucros a pagar os aumentos das taxas de juro”, resumiu, atribuindo os despejos às consequências da denominada ‘Lei Cristas’ e criticando o PS por não ter revogado essa legislação nos últimos oito anos.