Sociedade
Reabilitação de moradias no Porto de Abrigo leva PJ à Câmara da Nazaré
Suspeita de crimes de corrupção e branqueamento de capitais no contrato de concessão de nove habitações para fins turísticos
Um contrato de concessão para a reabilitação de moradias para fins turísticos no Porto de Abrigo levou hoje a Polícia Judiciária de Leiria a fazer buscas na Câmara da Nazaré, por suspeita, entre outros, de crimes de corrupção e branqueamento de capitais.
Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que além da Câmara Municipal da Nazaré, foram alvo de buscas a Agência Portuguesa do Ambiente, a Docapesca, a Direção de Faróis e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo um comunicado a PJ informa que a investigação criminal está centrada na "alegada prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de participação económica em negócio, falsificação, corrupção e branqueamento de capitais".
"Em causa, estão factos relacionados com a tramitação de um contrato de concessão, por 40 anos, respeitante à utilização privativa de uma área do domínio público marítimo – que compreende o domínio público hídrico –, localizada na zona portuária do Porto de Abrigo da Nazaré, correspondente à reabilitação e conservação de nove moradias que ali se encontram implantadas para fins turísticos", refere a nota da PJ.
A operação policial está a ser desenvolvida na região de Lisboa, Caldas da Rainha e Nazaré, "visando a execução de 15 mandados de busca domiciliária e não domiciliária, numa sociedade anónima de capitais públicos, numa Câmara Municipal, em cinco instalações de organismos do Estado, nas sedes de três sociedades comerciais e num empreendimento turístico".
A PJ prosseguirá a "investigação com a análise à prova agora recolhida, de natureza documental e digital, visando o apuramento integral de todas as condutas criminosas, o seu cabal alcance e, bem assim, a sua célere conclusão".
Fonte da Câmara da Nazaré confirmou ao JORNAL DE LEIRIA as buscas e garante que está a "colaborar com os inspectores e a disponibilizar toda a informação solicitada".
Participaram na operação Duna 40 investigadores criminais e especialistas de polícia científica da PJ e três magistrados do Ministério Público.
A acção contou, ainda, com o apoio da Directoria do Centro, da Unidade de Perícia Tecnológica Informática e da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística.
(Notícia actualizada às 11:53 horas, com indicação dos restantes locais de buscas)