Economia
REiNOVA ajudou 32 empresas a criar novos produtos e processos
Projecto transnacional apoiou PME do sector agroalimentar
O projecto internacional REiNOVA_Si, liderado pelo Politécnico de Leiria, apoiou um total de 32 micro empresas e PME portuguesas e espanholas do sector agroalimentar no desenvolvimento de produtos e processos de produção inovadores adaptados aos princípios da economia circular.
Foram concretizados diagnósticos aos ciclos produtivos das 32 empresas e apoiada a sua capacitação em economia circular, tendo sido desenvolvidos planos de acção destinados a 14 dessas empresas, para melhoria dos seus processos e/ou produtos, utilizando melhores práticas.
A maioria das 32 empresas seleccionadas pelo projecto desenvolve a sua actividade em subsectores como a fruta, carne, lacticínios, azeite, vinho ou apicultura, com algumas a trabalharem em produtos mais específicos como licores, coalho, derivados de cereais e aloé vera.
Os resultados do projecto, iniciado em Julho de 2019 e que termina em Abril deste ano, foram apresentados esta quinta-feira em Leiria.
“O REiNOVA_Si tinha como objectivo estimular a implementação de projectos inovadores para a adaptação dos processos de produção aos princípios da economia circular”, disse na ocasião Eduarda Fernandes, representante do consórcio REiNOVA_Si, citada em comunicado.
Também “pretendia ajudar as PME e micro empresas do sector agroalimentar a caminhar para modelos de negócio que garantam que todos os recursos são usados da forma mais eficiente possível”, adiantou a professora e investigadora do Politécnico de Leiria.
As regiões Centro-Castela e Leão e Alentejo-Centro-Extremadura foram as áreas de cooperação do REiNOVA_Si, que incluiu um total de 17 NUTS III, seleccionadas por serem áreas circundantes às cinco “grandes zonas urbanas”, onde estavam localizados os parceiros do consórcio: Leiria, Castelo Branco, Évora, Valladolid e Badajoz.
Uma componente central do projecto consistiu no desenho de um novo modelo de consultoria na área da ecoinovação, adaptado às micro e PME do sector agroalimentar, com o intuito de acelerar a transição do sector para as práticas de economia circular.
Numa fase inicial, o projecto focou-se na elaboração de diagnósticos aos ciclos produtivos das 16 empresas portuguesas e das 16 empresas espanholas seleccionadas, bem como na sua capacitação.
Na fase seguinte, 14 das 32 empresas foram apoiadas na concepção e implementação de um plano de acção que visa permitir tirar partido das oportunidades de melhoria em termos de circularidade identificadas.
Os planos de acção desenvolvidos para cada uma das 14 empresas consistiram, por exemplo, tanto no estudo de um subproduto que não tinha sido utilizado até então, para avaliar as suas possibilidades de revalorização, como na concepção de um plano de optimização para reduzir o consumo de energia.
A maioria das 14 empresas beneficiárias (sete de Portugal e sete de Espanha) desenvolveu produtos ou serviços que podem ser comercializados no sector alimentar, na área da cosmética e para aproveitamento energético.
“Todos os sectores de aplicação dos novos produtos evidenciam potencial de valorização dos resíduos/subprodutos, que podem resultar em benefícios económicos para as empresas”, explica o comunicado do Politécnico.
“O período de execução do projecto foi particularmente complicado, fruto do surgimento da pandemia, sendo de enaltecer o empenho e dedicação de todos os parceiros e empresas para conseguirmos levar o projecto a bom porto e alcançarmos estes resultados”, sublinhou Eduarda Fernandes.
“Este projecto é uma prova viva da importância dos politécnicos na proximidade e na capacidade que têm de estar num território e em contacto com actores de todos os sectores de actividade económica, pelo que não queria deixar de destacar o papel que o Politécnico de Leiria tem assumido neste âmbito”, disse na sessão a secretária de Estado da Valorização do Interior.
Isabel Ferreira lembrou que “o mundo encara hoje desafios muito importantes e complexos”, sendo que, no sector agroalimentar, impõem-se “respostas pragmáticas à necessidade dos alimentos”.
“Temos de saber lidar com os desafios que estão hoje em cima da mesa. Olhando para este sector, a sua sustentabilidade e a inovação são, de facto, enormes desafios e, por isso, este projecto em particular dá um contributo muito interessante, e terá certamente oportunidades de continuidade, em diferentes programas”, afirmou a secretária de Estado.