Economia

São precisas mais empresas no “jogo” da exportação

2 mai 2022 16:00

Presidente do Compete elencou desafios na abertura do III Encontro de Internacionalização de Empresas, em Leiria

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Nuno Mangas, Rui Pedrosa e Maria José Fernandes falaram na sessão de abertura
Raquel de Sousa Silva
Raquel de Sousa Silva

Numa década, Portugal aumentou as suas exportações de cerca de 29% do Produto Interno Bruto (PIB) para 44%, uma boa performance, “mas não podemos dar-nos por satisfeitos”.

Nuno Mangas, presidente do Compete, explicou porquê na sua intervenção desta tarde na abertura no III Encontro de Internacionalização de Empresas, que está a decorrer no edifício da Nerlei, em Leiria.

“Por um lado, estamos abaixo da média da União Europeia”. Por outro, as exportações nacionais são ainda sobretudo de produtos de baixa intensidade tecnológica e pouco diferenciados.

Além de que, “em cada dez empresas, apenas uma exporta”. Por isso, há um “campo de progressão muito significativo”: o desafio da quantidade é “trazer mais empresas para o jogo”.

O da qualidade passa por exportar mais produtos e serviços com maior incorporação de conhecimento e de diferenciação. Outro desafio é olhar para as importações.

“Hoje, há um conjunto de bens que importamos e que podiam ter produção no contexto nacional”, disse Nuno Mangas no evento.

O presidente do Compete afirmou ainda que a relação entre centros de saber e empresas “é muitíssimo relevante” e que quanto mais bem conseguida for, melhores resultados será possível obter.

Também Maria José Fernandes, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, destacou a ligação entre estes estabelecimentos e as empresas.

Lembrou ainda que a internacionalização é um factor chave para o sucesso dos politécnicos e que o programa Portugal Polytechnics International Network (PPIN) pretende, entre outros objectivos, dar continuidade à aproximação entre o subsistema politécnico e o tecido empresarial, apoiando-o na sua internacionalização.

Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, que abriu a sessão, destacou o foco da instituição no desenvolvimento regional, mostrando-se convicto que o País e a região terão tanto mais capacidade de ser mais produtivos e inovadores quanto mais forte for a sua ligação ao ensino superior.

O evento prossegue durante esta tarde, com um painel sobre Internacionalização de empresas – perspectiva das empresas, agendado para as 16:30 horas.

Para as 20 horas está marcado um jantar conferência, que vai contar com as intervenções de Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, e de Ruaidhri Neavyn, consultor do Ensino Superior da Irlanda.

Os trabalhos do encontro retomam amanhã, terça-feira, pelas 10 horas com um segundo painel de debate em torno do tema Internacionalização de empresas – perspectiva das unidades de investigação e incubadoras.

Internacionalização de empresas – perspectiva de diplomados é o tema do terceiro painel de debate, com início às 11 horas.

A manhã termina com a intervenção de Paula Casari Cundari, directora de Relações Internacionais da Universidade Feevale (Brasil), sobre a temática A integração de ecossistemas potencializando a internacionalização das empresas.

Para a tarde estão agendadas visitas a empresas e unidades de investigação, nomeadamente à DRT Group, em Leiria, e à Matcerâmica, na Batalha.

Os Encontros de Internacionalização de Empresas pretendem envolver o tecido económico das regiões com o objectivo de transmitir aos mercados-alvo uma imagem colectiva do tecido empresarial e do Ensino Superior Politécnico, mostrando aos potenciais mercados internacionais e entidades representativas locais as condições e infraestruturas, e a articulação com as empresas para o reconhecimento internacional através da inovação.