Sensibilidade feminina assume o poder na Juventude Vidigalense

Na tomada de posse a palavra mulher esteve, de resto, na ordem do dia. É que dez dos quinze elementos da nova direcção são... do sexo feminino.

Há coisa de duas décadas, era Tatiana Fernandes aluna do 9.º ano do Colégio Conciliar de Maria Imaculada e jogadora de andebol no estabelecimento, quando um professor de Educação Física lhe mudou os destinos da vida. Chamava-se... Paulo Reis. Como a miúda “tinha alguma força” puxou-a para os lançamentos e para o clube que tinha fundado lá para os lados do Vidigal.

Os tempos eram outros. “O meu primeiro treino de lançamento do disco foi no estacionamento de gravilha em frente ao antigo pavilhão municipal e a primeira vez que lancei martelo foi no estacionamento já em alcatrão da Nerlei. Os treinos de força eram na garagem dos pais do Paulo Reis”, recorda a nova presidente.

Os anos passaram e a carreira de relevo acabou por ficar para trás – é a oitava portuguesa de sempre no lançamento do disco (50,25 metros). “Fiz amigos para a vida – alguns dos quais tenho o prazer de partilhar estas funções directivas –, vivi momentos ímpares, aprendi o valor do sacrifício, do trabalho, da perseverança, da dedicação, da humildade, da união e, sobretudo, do espírito de equipa. Sei que é graças ao atletismo e à JV que hoje sou quem sou, em termos pessoais, familiares, sociais e também profissionais.”

E por isso, quando recebeu o convite para suceder a Daniel Pereira, não conseguiu dizer não, “atendendo à divida e gratidão” que sente. Meteu mãos à obra e quando formou o grupo de trabalho, e porque “em equipa que ganha não se mexe”, decidiu apostar na continuidade de um elevado número de elementos dos anteriores órgãos sociais.

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