Viver
"Sou uma cinéfila quase compulsiva"
Céline Lisboa da Bernarda, assistente de Direcção Financeira/Contabilidade
Se não estivesse ligada ao mundo da arte, o que seria?
Seria, indiscutivelmente, uma voluntária a tempo inteiro. Cuidando de crianças na Fundação Pablo Horstmann, na Etiópia, ou no orfanato Chazon, no Quénia. Trabalharia num parque de protecção de elefantes na Tailândia ou resgataria orangotangos fêmeas de prostituição na Indonésia...
O projecto que mais gozo lhe deu fazer
Esse projecto ainda está em curso e é um desafio para a vida: é ser mãe. Quero que a minha filha esteja atentas às suas capacidades e aprenda a vencer os seus medos. E, claro, que esteja sempre próxima daquilo que a faça feliz.
O espectáculo, concerto ou exposição que mais lhe ficou na memória
Concerto dos Laibach no festival Entremuralhas 2015. Acompanhei de perto esta edição e deparei-me com um castelo repleto de pessoas apaixonadas. Enquanto presenciava o espectáculo, reparei que os membros da Associação Fade In e os voluntários estavam com um orgulho e uma emoção imensa estampados no rosto. Sentir isso daquela forma tão genuína arrepiou-me e deixou-me de coração quente.
O livro da sua vida
Um destes três: Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez; Quinta dos Animais, um romance satírico de George Orwell; e O Homem Sem Qualidades, de Robert Musil.
Um filme inesquecível
Tenho muitos filmes inesquecíveis. Sou uma cinéfila quase compulsiva, por isso vou mencionar um clássico e um mais recente: Asas do Desejo, de Wim Wenders, e Amour, de Michael Haneke, que é, como se afere pelo seu nome, uma autêntica ode ao amor.
Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qual seria?
A de um filme que tivesse Björk, Natalie Cole, Ryuichi Sakamoto, Rome, Ordo Rosarius Equilibrio, Roma Amor, Spiritual Front e Chelsea Wolfe.
Um artista que gostava de ter visto no Teatro José Lúcio da Silva?
Já lá passaram alguns fantásticos: Diamanda Galás, Blixa Bargeld, And Also The Trees... Adorava ver lá os Dead Can Dance. Ou então o Yann Tiersen com os meus pais!
Uma viagem inevitável
Japão, pela sua fascinante cultura. Indonésia, pelas suas paisagens e grupos étnicos. São Tomé, pela simplicidade do ser humano.
Um vício que não gostava de ter
Tentar convencer a malta que a indústria alimentar é um parasita no nosso espírito e na nossa vida. Mas ninguém me dá importância.
Um luxo
O sorriso da minha filha.
Uma personalidade que admira
Um homem e uma mulher: Nelson Mandela que admirava desde pequena e Irena Sendler que salvou mais de duas mil crianças judias quando os alemães invadiram Varsóvia e cuja história me tocou particularmente.
Um actor que gostava de levar a jantar
De segunda a quarta o Anthony Hopkins pela sabedoria. À quinta-feira, o Bryan Cranston porque preciso de dinheiro para o fim-de-semana. Na sexta e sábado, a Marion Cotillard para irmos dançar até de madrugada. No domingo, precisaria de um homem com 1,90 cm que me levasse ao colo: pode ser o Chris Hemsworth.
Um restaurante da região
Bacalhau no Puttanesca, Lulas na Toca, petiscos na Taberna Maria Isabel (3 Marias) e almoços no Tamari e em casa da minha mãe.
Um prato de eleição
Tenho vindo a alterar os meus hábitos alimentares, sem radicalismos. Aprendi a apreciar comida vegetariana. Adoro batatas doces assadas, recheadas com queijo feta e tomate seco.
Um refúgio (na região)
A Travessa da Bernarda e Beco Tropica na aldeia da minha infância (perto de Monte Redondo). Lá tenho sempre um espírito sereno e barriga cheia.
Um sonho para Leiria
Gostaria de ver mais reabilitação urbana no centro histórico. O IFRRU 2020 anda ai! Precisamos de uma cidade com mais iniciativas ambientais, projectos de limpeza do Rio Lis. Ainda há muita falta de civismo e consciência ambiental. Leiria ficava mais bonita com um grande jardim, com um espaço infantil, espaço de merendas, espaço para animais. Ah, e uma grande piscina a céu aberto, claro!