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Terrible Mistake. Por entre batidas de sombra e luz e com uma bomba atómica para o caminho

21 nov 2025 08:00

A dupla de Leiria lança esta sexta-feira o álbum de estreia

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Concertos de apresentação já marcados em Leiria, Guimarães e no Porto
Ricardo Graça

No primeiro single, os Terrible Mistake cantam sobre calçar os melhores sapatos para escapar de uma casa pequena através da janela, enquanto a música avança em camadas que acrescentam possibilidades, como um caleidoscópio.

Se “Super Fly” expõe o caminho de descoberta interior que acompanha a criação, o disco de estreia, I Have An Atomic Bomb Inside Me, traduz o compromisso da dupla de Leiria na busca pelo processo de sombra e luz que conduz à construção de identidade.

O álbum sai esta sexta-feira, 21 de Novembro, pela Omnichord, e a editora anuncia ritmos hipnóticos, tons psicadélicos e paisagens etéreas de sonoridade electrónica, ao longo de seis faixas que chegam no formato digital e também em vinil. “Entre a introspeção e a energia vibrante de um clube às 3 da manhã”.

O tema “Super Fly”, que explora espinhos e desencontros no amor e já atingiu rádios como a Antena 3 e a Radar, tem raízes no primeiro ensaio dos Terrible Mistake, já no espaço Serra, onde Nuno Dionísio (Me And My Brain, Twin Transistors) e André Pires (The Speechless Monologue) desde 2023 continuam a desbravar território, depois de terem tocado juntos no projecto All Them Lucky. Nas gravações de I Have An Atomic Bomb Inside Me, contaram com a participação do baterista Vasco Silva, anteriormente com histórico nos Whales, que os acompanha ao vivo, em alguns concertos, como aconteceu em Junho no warm up do festival Nascentes, nas Fontes. A mistura e masterização ficou a cargo de Rui Gaspar, músico dos First Breath After Coma, outra das bandas alojadas no Serra, um ecossistema criativo com estúdios, salas de ensaio e ateliês de pintura e cerâmica, na Reixida, por onde já passaram, em residências ou colaborações, artistas como Linda Martini, Salvador Sobral ou Noiserv.

Com I Have An Atomic Bomb Inside Me, os Terrible Mistake oferecem o primeiro disco de estreia saído do Serra com selo Omnichord desde há vários anos. Para o gravarem e produzirem, estiveram praticamente fechados durante um mês, no início do ano, um período “orgânico e bonito”, segundo Nuno Dionísio, que acabou por transformar a corrente que os liga ao público, em palco. “Tínhamos um live act antes e surgiu um live act completamente diferente”, conclui, “muito mais rico”. Como exemplo, a complexidade dos ficheiros de áudio entregues a Rui Gaspar, em certos casos com mais de cem pistas. Proporcionam, de acordo com André Pires, ambientes diversos, mas criados em cima de uma linha comum, que une os pontos, de canção para canção.

Os Terrible Mistake “fabricaram” entretanto o videoclipe de “Super Fly” e a química entre o multi-instrumentista André Pires (estudante de Som e Imagem na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha) e o vocalista e letrista Nuno Dionísio (também responsável por teclados e sintetizadores digitais) parece à prova de bala, por estes dias. Há liberdade para “desbundar” e textos autobiográficos que ganham asas em atmosferas surreais.

“Quase todos os temas têm a ver com as minhas fragilidades, os meus dramas, a minha energia, que não pára”, explica Nuno Dionísio.

Tudo para conferir em três datas já anunciadas: 22 de Novembro (próximo sábado) no Centro de Artes de Guimarães, 28 de Novembro no Maus Hábitos no Porto e 5 de Dezembro na Stereogun em Leiria.