Economia
Trabalhadores contestam encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos no Barracão
Agência era “produtiva”, servia as necessidades da população e do tecido económico de Leiria, alega a Comissão de Trabalhadores
A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) considera que a administração continua a enfraquecer o banco público e teme que este esteja a "definhar até desaparecer", a propósito do encerramento hoje da agência no Barracão, concelho de Leiria.
Em declarações à Lusa, o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Jorge Canadelo, considerou "simbólico" o encerramento desta agência pois significa que o banco quer continuar a reduzir a sua estrutura, temendo que este esteja mesmo a "definhar até desaparecer".
O representante dos trabalhadores lembrou que, nos últimos quatro anos, houve redução de milhares de trabalhadores e fecho de centenas de agências no âmbito do plano de reestruturação negociado por Bruxelas, aquando do aumento de capital, considerando que agora, já com esse plano terminado, a administração liderada por Paulo Macedo parece querer manter-se no mesmo caminho.
"Os últimos quatro anos foram terríveis mas o argumento era de que era obrigatório. Agora queremos saber quem manda na Caixa e para onde vai a Caixa e vamos pedir audiências a entidades públicas, aos partidos, ao Governo, ao Presidente da República. Há uma fragilização da Caixa e do serviço público bancário", afirmou o representante dos trabalhadores.
Sobre o novo plano estratégico (2021-2024), o coordenador da CT quer saber "a mando de quem foi elaborado, com o sancionamento de quem" e diz que a CT já questionou a administração em janeiro sobre saídas de trabalhadores e fecho de balcões aí previstos, até agora sem obter resposta.
Quanto ao encerramento hoje da agência no Barracão, no concelho de Leiria, disse que esta é "uma agência produtiva, que serve necessidades da população e do tecido económico de Leiria", e que este encerramento foi decidido sem a consulta da Comissão de Trabalhadores, ao contrário do que impõe a lei (parecer prévio, não vinculativo), pelo que farão queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
Pelas 15:00 de hoje haverá uma concentração de elementos da CT junto a esta agência para denunciar o seu fecho. O encerramento desta agência foi criticado por autarcas.
A Lusa questionou a CGD sobre que outras agências estão previstas fechar este ano e quantas estão previstas fechar no novo plano estratégico, referindo fonte oficial que não tem informação sobre o assunto para disponibilizar.
No final de 2021, a Caixa Portugal tinha 6.177 trabalhadores, menos 67 do que em 2020, e 542 agências, menos uma do que em 2020.
No final de 2016 (antes de se iniciar o plano estratégico 2017-2020), na atividade bancária (CGD Portugal) o número de empregados ascendia a 8.113, segundo o relatório e contas de 2016. As agências bancárias eram 717 em Portugal.