Economia

Transportes Antunes Figueiras, uma empresa de transportes com o futuro no horizonte

3 jun 2024 12:25

Clientes estrangeiros representaram 60% do volume de facturação

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Bruno e Júlio Antunes, filho e pai, representam duas gerações à frente da TAF
Fotografia: Ricardo Graça

Nos últimos dois anos, a frota de 160 veículos da Transportes Antunes Figueiras (TAF) transportou mais de um milhão de toneladas (1.021.081,00 toneladas), maioritariamente para destinos de exportação.

“Em 2023, os clientes estrangeiros representaram 60% do volume de facturação, um valor idêntico ao do ano anterior”, afirma Bruno Antunes.

Quando se pergunta ao administrador da empresa sediada em Matos da Ranha, no concelho de Pombal, o valor da facturação, o valor está bem vivo na mente e a resposta sai direita e se hesitações: “Em 2023, obtivemos 21.701.445 euros”. Acrescenta, de seguida, que se trata de um valor “ligeiramente inferior”, ao do ano anterior.

“Empregamos 188 pessoas, isto considerando não só os motoristas, mas também os funcionários dos departamentos administrativos e da nossa própria oficina”, refere.

Os principais sectores com os quais a Transportes Antunes Figueiras trabalha são os do vidro, do papel, do plástico, dos moldes e da metalurgia, da construção e ainda abrange empresas do sector alimentar.

“Fornecemos serviços de transporte de carga completa ou de grupagem, armazenamento e logística, disponibilizando vários tipos de veículos como semi-reboques, mega, camiões de dois e três eixos e furgões.”

Para o futuro da empresa, Bruno Antunes afirma que os projectos terão de passar pela continuação do caminho na renovação da frota, mas não apenas.

“Vamos ampliar as nossas instalações – o escritório, o armazém e o parque, e apostar numa maior internacionalização, aproveitando sempre as oportunidades de inovação assente na responsabilidade social empresarial.”

O número

1

milhão de toneladas foi o valor transportado pela empresa entre 2022 e 2023

Quanto aos principais desafios que as empresas do sector vão enfrentar no próximo ano e as medidas necessárias para menorizar o seu impacto, sublinha que é, cada vez mais, difícil fazer previsões dada a quantidade de questões que influenciam o sector.

“Aos factores de sempre, nomeadamente, as infra-estruturas rodoviárias por melhorar, regulamentação complexa e variável, custos operacionais fortemente afectados pelo aumento do preço dos combustíveis, segurança posta em causa pelos roubos de mercadoria e gasóleo, entre outras razões, juntam-se outras cada vez mais preocupantes, como a falta de motoristas qualificados, as guerras já existentes e persistentes e as eventualmente emergentes, as perturbações cada vez mais frequentes, provocadas pelas alterações climáticas e os seus impactos.”

A questão climática, adianta o empresário, remete directamente para a responsabilidade ambiental.

“Aí surge um grande desafio para o qual as empresas do sector devem começar a olhar seriamente, que é a transição energética. Cabe aos gestores acompanhar de perto os aspectos favoráveis e desfavoráveis à mobilidade eléctrica para se poder dar o passo de mudança no momento mais sensato.”

Entre os factores que trazem, igualmente, desafios, conta-se a transformação digital em curso e o seu impacto na supply chain [cadeia de abastecimento], que, acredita, deve ser sempre vista como “uma oportunidade de melhoria da organização, investindo continuamente em sistemas inteligentes de gestão de tráfego e plataformas de logística integrada”.

Bruno Antunes salienta ainda que, o crescimento exponencial do comércio electrónico continuará a ser uma mais-valia para o sector.

“Desde que a distribuição não privilegie meios de transporte alternativos, como o ferroviário, marítimo, fluvial, entre outros.”

Perante estes condicionalismos, o administrador sublinha que “há que ser ponderado nas decisões e manter a resiliência face às dificuldades”, cooperando com outras empresas do sector.

“A nossa empresa, por exemplo, já está inserida no Grupo Astre [primeiro agrupamento europeu de PME do transporte e logística, com mais de 300 escritórios em mais de dez países da União Europeia, que valoriza a partilha de intercâmbio de mercadorias e know-how entre os seus parceiros para obter economias de escala] desde 2020 e esta integração tem-se revelado bastante benéfica, pela partilha de experiências e conhecimentos, mas também pelo acesso a acordos vantajosos com fornecedores, entre outros casos.”

Incontornável, a curto, médio e longo prazo é a adopção das regras ESG (Ambiente, Social e Governança), numa empresa que reconhece a importância de reduzir consumos e emissão de gases que promovem o efeito de estufa.

“Reconhecemos a importância cada vez maior do tema da responsabilidade empresarial e já temos postos em prática os princípios básicos subjacentes às regras ESG. Por exemplo, o nosso investimento tem sido responsável não só quando renovamos a frota reduzindo a emissão de carbono, mas também quando apostámos na aquisição de painéis solares para as nossas instalações. Por outro lado, a nossa política de recursos humanos nunca foi discriminativa e sempre defendeu a igualdade entre homens e mulheres, além de salvaguardar o respeito pelos direitos humanos. Além disso, a própria negociação com os parceiros é transparente e assente em princípios éticos.”

Bruno e Júlio Antunes, filho e pai, representam duas gerações à frente da TAF

Empresa familiar ruma ao centenário

A TAF foi fundada na localidade das Meirinhas, no concelho de Pombal, no dia 31 de Maio de 1967, pelos avós de Bruno Antunes, Manuel Antunes e Júlia de Jesus.

“Passados 19 anos, com o falecimento do meu avô, o meu pai, Júlio Antunes, adquiriu a parte dos meus tios, tornando-se então sócio-gerente com a minha mãe, Lurdes Antunes, a 13 de Maio de 1986.”

Em 2010, a empresa deixou as Meirinhas para a nova sede em Matos da Ranha, na freguesia de Vermoil, no mesmo concelho.

“Nesta localidade, conseguimos ter infra-estruturas de maior dimensão e mais adequadas às nossas necessidades”, explica o empresário, adiantando que, no futuro, “com muito orgulho”, perspectiva dar continuidade a este “grande projecto familiar”.

“Digo com muito orgulho, pois tem sido gratificante assistir ao crescimento sustentável desta empresa, que sempre deu prioridade à proximidade, além da qualidade. Este foco na qualidade ganhou mais vida em 2018, com a obtenção do nosso primeiro certificado ISO 9001, sendo que, desde então, nos esforçamos para manter esse estatuto que é atribuído mediante uma auditoria externa realizada todos os anos.”

Para conquistar a confiança dos clientes e parceiros, além da qualidade, o administrador aponta a necessidade de se apostar continuamente na solidez e no desempenho económico-financeiro da organização.

“Nesse âmbito, podemos afirmar que a obtenção do título de PME Líder tem sido uma vitória constante desde o ano de 2009. Para concluir os marcos históricos da empresa, diria que foi extremamente satisfatório poder festejar o nosso 50.º aniversario. Vamos desde então com mais sete anos de existência, agora com esperança de que o mercado nos deixe ficar cá por mais 43 anos, rumo ao centenário”, sublinha.