Sociedade

UE e China concordam que Trump cometeu "um grande erro"

3 jun 2017 00:00

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que Bruxelas e Pequim consideram "um grande erro" a decisão dos Estados Unidos de abandonar o Acordo de Paris e decidiram aumentar a cooperação no âmbito do clima.

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"A China e a Europa demonstraram hoje solidariedade com as gerações futuras e responsabilidade para com todo o planeta. Estamos convencidos de que a decisão de ontem [quinta-feira] de os Estados Unidos se retirarem do Acordo de Paris é um erro enorme, maior do que a não ratificação do protocolo de Quioto, porque o de Paris é mais justo", disse Donald Tusk, no final da cimeira UE-China.

Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro chinês, na qual estava também presente o líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o presidente do Conselho Europeu salientou que a União Europeia (UE) e a China "estão a aumentar a colaboração sobre as alterações climáticas".

Donald Tusk deixou um recado ao Presidente norte-americano, Donald Trump: "A luta contra as alterações climáticas e toda a inovação na investigação e todo o progresso tecnológico que esta trará continuarão, com ou sem os Estados Unidos".

E sublinhou que "as relações transatlânticas são muito mais importantes e duradouras do que as últimas decisões lamentáveis tomadas pela nova administração".

Tusk assinalou ainda que a cimeira de hoje entre a União Europeia e a China "foi a mais promissora e frutífera da história".

Por seu lado, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, adiantou que "nestes tempos de instabilidade internacional, é útil para todo o planeta que as relações entre a China e a UE sejam sólidas".

Donald Trump anunciou na quinta-feira que os Estados Unidos iriam abandonar o acordo de Paris, concluído em Dezembro de 2015 na capital francesa e que visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.

O presidente norte-americano justificou a decisão, muito criticada pela comunidade internacional, com a desvantagem que o acordo climático representa para o país.

O acordo histórico teve como 'arquitectos' centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China.