Viver
Último calafate da Nazaré salva embarcações tradicionais degradadas
Valorizar um património que faz parte da memória colectiva das gentes da Nazaré é o objectivo do projecto que, entre outras acções, contempla o restauro de embarcações tradicionais. A recuperação está a cargo de José Joaquim Constantino.
É um trabalho de paciência… muita paciência. Com ajuda de um maçarico, José Joaquim Constantino, o último calafate da Nazaré, tenta curvar a madeira e levá-la para onde quer. Para facilitar o processo, as tábuas são, previamente, embebidas numa solução à base de óleo e gasóleo que ajuda a amaciá-las.
Depois, “é chegar-lhe o calor”, para lhe “dar o jeito” pretendido e “levar a madeira ao sítio certo”, explica o mestre, enquanto aproxima, mais uma vez, o maçarico da última tábua que colocou na Mimosa, uma das sete embarcações tradicionais da Nazaré que estão a ser restauradas no âmbito de um projecto de preservação deste património cultural promovido pela Câmara.
O objectivo mais imediato é recuperar os barcos e devolvê- los à exposição ao ar livre montada no areal, em frente ao centro cultural da vila (antiga lota) e junto à zona de secagem do peixe, numa parceria que envolve também o Museu Dr. Joaquim Manso.
O projecto contempla ainda a criação de um armazém no porto de abrigo, onde o trabalho de reparação possa ser feito à vista de turistas e até de jovens estudantes. A lógica, explica Walter Chicharro, presidente do Município, “é passar este conhecimento para as escolas e para o mundo”, valorizando um património que constitui “um activo que a Nazaré não pode perder”.
O autarca conta que o projecto começou a ser idealizado ainda no seu primeiro mandato, iniciado em 2013, após uma visita às oficinas da Câmara onde encontrou, “encostada a um canto”, uma barca salva-vidas.
De imediato, decidiu que aquele “não era o espaço” para a embarcaç
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