Saúde

Uma vida normal com uma picada por dia

13 nov 2016 00:00

O Dia Mundial da Diabetes comemora-se a 14 de Novembro. A doença continua a fazer parte da vida de muitos jovens, mas nada os impede de ter uma vida perfeitamente normal Os diabéticos precisam de medir a glicemia várias vezes ao dia

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Inês Pires tem 13 anos. A diabetes tipo 1 foi-lhe diagnosticada aos 26 meses. Os pais confessam que foi um choque e nos primeiros tempos era difícil picar a filha várias vezes ao dia. “Foi duro, mas aceitámos muito rapidamente. A maior dificuldade era ela deixar administrar a insulina e garantir que ingeria a quantidade de comida para a insulina que tinha tomado”, conta o pai, Fernando Pires. A mãe, Celeste Pires, acrescenta que durante a noite faziam a medição da glicemia duas vezes, porque tinham medo que entrasse em hipoglicemia. A única mudança na vida desta família foram as 'picadas' e o controlo dos horários das refeições.

Hoje, a adolescente é autónoma. Aos 5 anos começou a administrar a dose. “Lembro-me de picar a barriga do meu pai – com a caneta sem estar carregada – e depois passei para mim”, conta Inês Pires, que é uma verdadeira desportista. Pratica ballet, ginástica, BTT e ainda faz corrida. “O importante é ter a preocupação de medir os níveis de glicemia, porque a diabetes não impede de fazer nada”.

Aliás, Inês nunca deixou de ir a aniversários e também come doces. “É preciso apenas não abusar e dar a insulina na quantidade certa”, revela. A jovem garante ainda que os colegas e professores sempre estiveram do seu lado. Quando entrou no 2.º ciclo teve algum receio de ser rejeitada, mas assim que apresentou à turma o seu problema e lhes explicou o que era a diabetes tipo 1 a integração foi completa.

“Os meus colegas passaram a andar com pacotes de açúcar para o caso de me sentir mal e perguntam-me se já fiz o teste… Não me lembro da minha vida sem insulina, por isso, não tenho problemas em picar-me à frente das pessoas.”

Há quatro anos António Camacho, 12 anos, descobriu que tinha diabetes. “Bebia dois a três litros de água e perdeu nove quilos em três semanas”, revela a mãe Cristina Neves. Depois do “choque” inicial, a família enfrentou a doença auto-imune com toda a determinação.

Mudanças houve algumas. “Não é preciso muita coisa, apenas fazer uma alimentação saudável, o que é bom para qualquer pessoa.” Mas ao fim-de-semana é permitido 'pecar'. Pizzas, hamburgueres ou doces são permitidos, com conta peso e medida.

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