Viver
Us The Bear. No primeiro álbum de Bruno Julião, ouve-se um diário habitado por amigos e família
O álbum "2882" reúne canções do músico da Marinha Grande escritas nos últimos 25 anos

Uma nova versão de “Let Love Lead The Way” abre o primeiro disco a solo de Bruno Xavier Julião, assinado com o nome artístico Us The Bear. O tema inspirado pela pandemia chegou a passar na RTP e é uma das janelas para o mundo interior que se revela em 2882, um diário de canções habitado por amigos e familiares.
Gravado, produzido e masterizado por Nuno Rancho no estúdio Balneário, o álbum inclui uma longa lista de convidados. Ricardo Simões, José Carlos Duarte e Pedro Marques assinam algumas das baterias, André Barros contribui com piano em “Let Love Lead The Way”, David Silva ficou encarregue dos baixos, a guitarra lap steel em “Farewell Kiss” é da responsabilidade de André Moinho, Ana Santo, Débora Umbelino (Surma) e Rui Gaspar gravaram vozes e, na última faixa, “Hold You”, participam Maria Ivone, Carlos Martins, Adelino Oliveira e Tiago Granja.
O registo é íntimo e percorre mais de 20 anos da vida de Bruno Xavier Julião. “Começo a ouvir uma música e consigo identificar o espaço temporal e emocional em que a escrevi”, comenta. “Se calhar, até lembrar-me do dia e da situação”. Muitas delas, criadas “ao domingo de manhã”, no intervalo da colaboração com bandas como Monomonkey ou 8 Rockin Shoes.
“Hold You” fala do nascimento do filho, Vasco, e “Avô (Reivax)” é uma homenagem ao avô materno. “É o meu universo”, conclui o músico da Marinha Grande, que, em 2020, participou nas eliminatórias do programa televisivo The Voice.
“Queria ter um álbum em que tivesse as minhas músicas” e pudesse dizer “olha, isto aqui sou eu”.
É também a dimensão pessoal e prolongada no tempo que justifica o título 2882, que se refere à data de nascimento do autor. As gravações começaram em 2019 e contaram com dois elementos dos Monomonkey, Ricardo Simões e David Silva.