Desporto
Vasco Santos venceu a Covid-19 e está de regresso ao andebol
Treinador da Marinha Grande esteve mais de um mês em coma, no México
A história de Vasco Santos correu mundo. Para quem não se lembra, é aquele rapaz da Marinha Grande para quem os dias que deveriam ser os mais felizes da sua vida se tornaram no maior dos pesadelos.
Foi no México, em plena lua de mel, que teve de ser internado com Covid-19. A situação foi grave, foi grave durante muito tempo e Vasco esteve em coma durante 32 dias. A esposa, Joana, teve de pedir ajuda aos amigos em Portugal, porque os tratamentos eram muito caros e estavam para lá das suas posses.
Quando Vasco acordou, mal tinha força para levantar os cobertores por ter perdido a massa muscular. Contudo, tudo acabou em bem.
Regressaram a Portugal, ele ainda esteve internado durante algum tempo, mas, dentro dos possíveis, a normalidade foi tomando conta da vida dele. Hoje, acima de tudo, agradece ter os amigos que tem e o muito que se esforçaram para poder voltar a tê-lo por perto.
“Sem eles, provavelmente não tinha chegado como cheguei e até podia não ter chegado”, admite.
Ainda vai cinco vezes por semana à fisioterapia, ainda sente vastas limitações principalmente sob o ponto de vista pulmonar, mas a verdade é que já não consegue estar parado.
Ganhou massa muscular e já conduz, faz caminhadas, sobe escadas e, mais importante, é autónomo. Foi por isso que, no final do mês passado, decidiu reabrir a porta ao andebol, uma das suas maiores paixões, aquela de que sentiu mais falta.
É certo que a carreira de jogador já acabou, mas, aos 32 anos, continua ligado à modalidade enquanto treinador. No final da temporada passada mudou-se da Juve Lis para o Juventude Amizade e Convívio, onde não chegou a assumir a pasta.
Ao longo do processo, foi recebendo palavras de encorajamento de ambos os plantéis.
“De Alcanena procederam como se me conhecessem há muitos anos e se estivessem a sofrera tanto como eu. Estavam ansiosas que eu voltasse. As antigas atletas de Leiria, que sabiam que não ia continuar, mandaram-me um vídeo cheio de força”, revela o treinador.
Entretanto, já consegue ir a alguns treinos e jogos. O primeiro foi no final do mês passado, quando estas duas equipas se encontraram. Vasco não resistiu e surgiu no jogo para ver as antigas pupilas e aquelas que já deveria estar a orientar.
Não disse que ia, apareceu de surpresa e foi recebido com toda a amizade que sempre achou que as pessoas sentiam por ele.
“Foi maravilhoso. Houve muita emoção e muita felicidade pelo facto de a ajuda que aquelas pessoas tinham mobilizado ter resultado. Deixei sempre laços por onde passei e houve pessoas muito próximas que sentiram que podia não voltar e estava ali.”