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Vidro e Outros Rococós: sentai-vos para rir e aprender
Peça de teatro estreia hoje na Casa da Cultura, na Marinha Grande
Reis vaidosos, rainhas arreliadas, sábios vidreiros, ilustres industriais, o Marquês de Pombal e o comandante Junot, entre perucas, folhos, muito glamour e uma teia de relações nem sempre amistosas, mas cujo resultado brilha hoje à vista de todos.
Todos estes personagens juntam-se para contar “a maravilhosa história do vidro, que se tornou também na história da Marinha Grande”, e para ajudar o público a reflectir sobre o contributo de uma indústria pulsante, da qual depende hoje o mundo inteiro e que promete fortalecer-se e reinventar-se a cada geração futura.
De tudo isto, e de muito mais, nos fala a peça Vidro e Outros Rococós, o espectáculo organizado pela Câmara Municipal da Marinha Grande, concebido para assinalar o Ano Internacional do Vidro, uma comédia criada pela companhia Teatro à Solta, que estreia hoje, pelas 19 horas, na Casa da Cultura -Teatro Stephens.
O espectáculo é direccionado para o público em idade escolar (crianças a partir dos 6 anos) e suas famílias e pretende dar a conhecer a história do vidro e a história da Marinha Grande, profundamente interligadas, e a forma como o desenvolvimento desta indústria potenciou o crescimento da cidade.
"Tem sido um trabalho de grande responsabilidade, muito exigente, que já implicou longas horas de estudo de vários livros e documentos e tardes inteiras de conversa com o mestre vidreiro Alfredo Poeiras", explicam ao JORNAL DE LEIRIA Susana Rodrigues, dramaturga, e Cristóvão Carvalheiro, encenador e actor, que nesta peça divide o palco com Jaqueline Figueiredo, Marco Paiva e Tânia Catarino.
Foi sobre este estudo "detalhado dos factos históricos, e que estão registados por vezes até de forma controversa, que a nossa companhia de teatro quis desenvolver uma peça de linguagem acessível e divertida”.
"É como se contássemos a história da Marinha Grande para totós", brinca Susana Rodrigues. O objectivo é que, apesar da leveza do espectáculo, no final da peça, todos sintam que se "divertiram e aprenderam um pouco mais sobre a história do vidro e da Marinha Grande”, e “que tenham vontade de, a partir deste momento, explorar muito mais sobre a pequena aldeia da Nossa Senhora do Rosário da Marinha, que, graças ao vidro se tornaria na cidade tecnológica que hoje conhecemos”.
Uma história que atravessou vários reinados e que foi marcada por “factores externos tão relevantes como o terramoto de 1755 ou as invasões francesas", salienta a dramaturga. No sábado a entrada é gratuita, sujeita à lotação da sala e ao levantamento de bilhetes (limite de quatro por pessoa), na bilheteira do Teatro Stephens.
Em Outubro, a peça é exibida para as escolas do 1.º ciclo do concelho, previamente inscritas para o efeito. Já no dia 10 de Dezembro, o espectáculo Vidro e Outros Rococós volta à cena, para o público em geral, com disponibilização dos bilhetes em datas próximas ao espectáculo. Susana Rodrigues acredita que a peça tem todo o interesse para ser representada noutros pontos do País, cidades que nalgum momento tenham cruzado a sua história com o vidro e com a Marinha Grande.
A companhia gostaria também que Vidro e Outros Rococós viesse a fazer parte de uma trilogia, juntamente com outras peças capazes de recriar de forma animada a história dos moldes e do Pinhal do Rei.