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Zola Jesus, Zeal & Ardor e Circuit des Yeux no Extramuralhas em Leiria
A associação Fade In divulgou esta sexta-feira o cartaz completo da próxima edição do festival Extramuralhas, que se realiza em Agosto
Um espectáculo do projecto inglês de neo folk Sieben abre a 25 de Agosto, pelas 18 horas, no Castelo de Leiria, a 11.ª edição do festival gótico Extramuralhas, que está de regresso após dois anos de interregno forçado pela pandemia.
Zola Jesus, Zeal & Ardor e Circuit des Yeux encabeçam o cartaz divulgado há momentos pela associação cultural Fade In, organizadora do Extramuralhas com o apoio do município de Leiria.
Com origens no Estados Unidos e Suíça, o projecto de metal avant-garde Zeal & Ardor, que mistura blues, gospel, soul e ambientes mais ásperos, mostra-se logo a 25 de Agosto no Teatro José Lúcio da Silva, pelas 21:30 horas, antes dos concertos dos lisboetas Velvet Kills e dos franceses MNNQNS no Jardim Luís de Camões, respectivamente às 23:00 e às 00:00 horas, com os belgas Vomito Negro a fecharem a primeira noite, depois das 1:30 horas, na Stereogun.
Na sexta-feira, 26 de Agosto, o palco do Teatro José Lúcio da Silva recebe a norte-americana Nika Roza Danilova, conhecida pelo nome artístico Zola Jesus, com novo álbum, Arkhon, a sair em Junho. Os concertos começam às 17 horas no Jardim Luís de Camões – por onde vão passar Vlure, Ultra Sunn, A Projection e Rein – e terminam na Stereogun, novamente depois da uma e meia, com Kælan Mikla.
A compositora norte-americana Haley Fohr (Circuit des Yeux) é o destaque do programa de sábado, 27 de Agosto, no Teatro José Lúcio da Silva, que também acolhe os belgas Whispering Sons. No Jardim Luís de Camões, a partir das 17 horas, actuam Aus Tears, She Pleasures Herself, Potochkine e HMLTD. O último espectáculo do Extramuralhas 2022 acontece na Stereogun e é dos belgas Je T'Aime, com início às 1:30 horas.
No total, 18 concertos, 11 deles com acesso gratuito, ou seja, todos os do Jardim Luís de Camões e o de abertura, no Castelo, que trazem a Leiria músicos de Portugal, Bélgica, Inglaterra, França, Estados Unidos, Suíça, Finlândia, Islândia, Suécia ou Escócia e sonoridades que percorrem um largo espectro, do gótico ao pós punk, da electrónica ao industrial.
“O que me entusiasma mais é cumprir o desejo de ter algumas da bandas que há muitos anos queríamos ter, como, por exemplo, Zeal & Ardor e Zola Jesus”, refere Carlos Matos, presidente da Fade In. Ou mesmo Circuit des Yeux. “Às vezes temos de ter os astros alinhados para que estes artistas possam actuar no nosso país”.
Carlos Matos salienta que o último trabalho de Circuit des Yeux “constou nalgumas publicações de grande nomeada como disco do ano”.
“Foi a minha escolha pessoal para disco do ano de 2021”, acrescenta.
Depois de oito edições consecutivas no Castelo de Leiria sob a designação Entremuralhas, em 2018 e 2019 o festival realizou-se noutros espaços, devido a obras de grande dimensão no monumento, e passou a chamar-se Extramuralhas, nome que, segundo, o presidente da Fade In, é já definitivo, tal como o formato.
“Vai acontecer na cidade, não vai esquecer o Castelo, vamos ter sempre apontamentos no Castelo, mas deixa de estar confinado entre as muralhas”, adianta.
Por vários motivos, entre eles a ambição de chegar a mais públicos e de atrair outras pessoas para a experiência do festival, a vontade de contratar bandas que só uma sala como o Teatro José Lúcio da Silva permite viabilizar, e a logística, que se torna mais fácil.
“É tempo de seguir caminho”, resume.
Após dois anos em silêncio, o Extramuralhas volta a colocar Leiria no mapa das sonoridades menos óbvias, com alguns espectadores a comprarem bilhete mesmo antes de conhecerem o cartaz de concertos, diz Carlos Matos ao JORNAL DE LEIRIA. Um “motivo de orgulho” e uma prova de “gigante confiança” nas capacidades da Fade In, considera.
Ainda segundo Carlos Matos, os bilhetes para o Extramuralhas só são colocados à venda na próxima semana, a 12 de Maio, mas “alguns hotéis já têm poucos quartos disponíveis” no período em que se realiza o festival, agendado para os dias 25, 26 e 27 de Agosto.
“São dois anos de ausência e estes dois anos criaram uma grande fome de voltar ao activo, de receber alguns festivaleiros habituais que nos acompanham desde a primeira edição”, reconhece o dirigente da Fade In.
“Temos um grande cartel”, conclui, sobre os nomes divulgados esta sexta-feira. “É o festival que queríamos fazer”.