Opinião

A autodeterminação

4 jul 2019 00:00

É uma adolescente infeliz, algo desinteressada e calada, não pelas razões que lhe assistem nessa complicada fase da vida, mas porque os pais escolheram por ela o caminho a seguir.

Primeiro um, depois outro, logo a seguir um terceiro assunto, provocam-me pensamentos que os tentam formalizar, delimitar e inscrever nessa ordem maior das coisas em que se organiza a vida.

Procuro escolher o que me importe mais, ou me pareça mais importante, mas nenhum se destaca, nenhum toma a dianteira. E as imagens, sem as quais não é possível pensar, cruzam-se, andam a par, completam-se, e aos poucos percebo como tudo afinal pertence ao mesmo.

É uma adolescente infeliz, algo desinteressada e calada, não pelas razões que lhe assistem nessa complicada fase da vida, mas porque os pais escolheram por ela o caminho a seguir.

Querendo para ela o que, para eles, é o melhor que a vida tem para dar, acreditam estarem mais aptos para lhe escolher o futuro bem posto que desejam e decidiram, sem apelo nem agravo, que curso irá tirar.

De nada serviram as explicações, as tentativas de afirmação, depois o silêncio e a tristeza. Diz-me ela, que eles lhe dizem, que não lha entendem. São três pequenos grupos de mulheres, e dois homens, entre os 62 e os 83 anos que, nuns arredores mais ou menos próximos, e nuns outros bastante mais afastados da cidade, dançam.

Nada de valsas ou passos doble, nada de rancho ou de bailarico; eles dançam uma dança que muitos chamam “maluca” e que outros, apanhados de surpresa, olham com espanto e admiração; como quando o fizeram num terraço a céu aberto, no pátio de uma escola, ou num palco da cidade, para que todos saibam como é livre e bom dançar assim. Dizem que os faz descobrirem-se outros.

Diferentes, e capazes de ser diferentes, porque essa dança os liberta das leis do supostamente adequado, para finalmente os&

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