Opinião

A promoção do saber-fazer tradicional

2 jan 2021 15:03

Para tal, foi aprovado recentemente, em 23 de outubro de 2020, o Programa Saber-Fazer, em resolução do Conselho de Ministros n.º 89/2020, assente em três eixos principais: transversalidade; territorialidade e tecnologia.

A região detém uma heterogeneidade rica em práticas artesanais que são a base da sua identidade que aos poucos se está a diluir.

Urge constituir uma rede viva do saberfazer para que as pequenas unidades de produção, ainda existentes, possam ser parte da salvaguarda do respetivo conhecimento.

O trabalho do artesão, através dos seus produtos ou serviços, não pode continuar a ser considerado antiquado e, consequentemente, secundarizado.

Bem pelo contrário, deve ser incentivado e fazer parte da cadeia do quotidiano e dos hábitos do consumo diário.

As políticas públicas têm de ser reforçadas no que concerne ao apoio a este setor das artes e ofícios.

Reforçadas através da promoção e ajuda que permita desenvolver um trabalho em rede e o incentivo à fixação no território.

O saber-fazer não pode ser considerado apenas como um artesão/mostruário para situações simbólicas, muitas vezes inserido em feiras de artesanato ou gastronomia.

Tem de existir uma estratégia capaz de desenvolver este setor, tornandoo sustentável e angariador de emprego, concebendo atividades, através da pesquisa e da formação, que permitam entusiasmar os jovens e estes desenvolverem bases para implementarem este património imaterial do saber-fazer de forma sustentável.

Para tal, foi aprovado recentemente, em 23 de outubro de 2020, o Programa Saber-Fazer, em resolução do Conselho de Ministros n.º 89/2020, assente em três eixos principais: transversalidade; territorialidade e tecnologia.

Este programa contém a estratégia nacional para as artes e ofícios tradicionais para os anos de 2021- 2024 e estabelece as medidas para a salvaguarda, o reconhecimento e o desenvolvimento sustentável da produção artesanal.

Assim, com base neste programa, a Região de Leiria deve desenvolver a sua estratégia na procura da sua identidade, preservando as práticas ancestrais, memórias cultural e artesanal, estimulando o conhecimento de forma inovadora, colocando-o no referido circuito quotidiano.

Aproveito para, em meu nome e do CEPAE, desejar a todos um Bom Ano 2021. 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990