Opinião
A propósito de Abril, das artes e da cidadania
Nem sempre nos damos conta do que de bom e positivo acontece à nossa volta e que, no caso, nos permite verificar uma mudança importante.
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sofia de Mello Breyner
Até há pouco anos, a generalidade dos pais tenderia a afastar o seu filho ou filha do da hipótese de uma via artística.
Porque não era fácil obter formação para tal; porque as condições de trabalho e emprego eram verdadeiramente exíguas; porque se considerava que ser artista (fazer arte) não era verdadeiramente um trabalho. A arte deveria ser entendida como “passatempo”, entretenimento, qualquer coisa para os tempos livres.
Felizmente, os últimos anos permitiram que se passasse da situação de rejeição e desvalorização das “artes” e das profissões artísticas para uma aceitação plena e valorizada quer da arte quer do artista como profissional.
Do teatro às artes plásticas, da música à dança, o leque de possibilidades e de oportunidades abriu-se. Deixámos de ter apenas um ou outro predestinado, e com boas condições familiares para realizar o que sonhava (muitas vezes incluindo formação no estrangeiro).
Como trabalho de formiga, continuavam porém as filarmónicas que, precisando de “tocadores”, cada vez tentavam mais ter músicos.
Partindo das filarmónicas e de alguns músicos ligados à pedagogia e num contexto de defesa da igualdade de oportunidades, começaram a proliferar as escolas de música, e também as de dança um pouco por todo o país.
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*Psicólogo clínico
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia