Opinião
Cinema | Alien Romulus, uma viagem ao franchising do Alien
Um filme que os fãs da saga já mereciam há algum tempo. Respeita as raízes do franchising, ao mesmo tempo que traz algo novo para a mesa, agradando tanto aos nostálgicos como aos novos espectadores
Alien: Romulus foi, sem dúvida, uma adição poderosa ao legado do franchising do Alien. Dirigido por Fede Alvarez, o filme rapidamente se posicionou no meu top três da série. E não é para menos: Alvarez, que já me tinha cativado com os seus trabalhos anteriores como Don't Breathe (2016) e Evil Dead (2013), consegue trazer uma abordagem refrescante à saga, equilibrando elementos tradicionais e contemporâneos.
O envolvimento pessoal de Alvarez neste projeto é evidente. Depois de assistir ao making of, fiquei ainda mais impressionado com o cuidado e a dedicação que ele teve em manter a essência do universo Alien. Ele não só homenageia os clássicos, como também integra as temáticas mais modernas introduzidas em filmes como Prometheus, o que, a meu ver, criou uma sinergia brilhante. Não é fácil agradar aos puristas e, ao mesmo tempo, introduzir novos elementos que também agradam aos fãs mais recentes, mas Alvarez conseguiu esse feito.
Quanto ao elenco, foi uma agradável surpresa. Confesso que não conhecia muitos dos atores e, por isso, estava um pouco cético. Contudo, o seu desempenho foi sólido e, acima de tudo, não caíram nos clichês de personagens desprovidos de lógica como foi o caso do Alien: Covenant. Desta vez, as decisões dos protagonistas pareciam mais fundamentadas e coerentes com o contexto de um filme de terror/sci-fi, o que eleva a qualidade da narrativa.
Dito isto, a última fase do filme deixou-me um pouco dividido. Sem querer entrar em detalhes ou spoilers, senti que algumas revelações e cenas foram demasiado explícitas. Parte do charme do primeiro Alien, de Ridley Scott, estava no suspense implícito, naquilo que não era mostrado, deixando ao espectador a tarefa de preencher as lacunas com a sua imaginação. Aqui, no entanto, Alvarez opta por um desfecho mais visual, que por vezes roça o exagero. Não digo que tenha arruinado a experiência, mas talvez um pouco mais de subtileza pudesse ter fortalecido ainda mais a tensão.
Em suma, Alien: Romulus é um filme que os fãs da saga já mereciam há algum tempo. Respeita as raízes do franchising, ao mesmo tempo que traz algo novo para a mesa, agradando tanto aos nostálgicos como aos novos espectadores. E os números não mentem: a bilheteira tem sido um sucesso, provando que o fascínio por este universo continua vivo.