Opinião
Cinema e TV | Bones and All, do realizador de Call Me By Your Name e Suspiria
A montagem do filme é muito boa, algo que é muito notório nos filmes de Luca Guadagnino, que cumpre com cada desenvolvimento de personagem e suspense que ocorre durante o filme
Segui o trabalho de Luca Guadagnino através do Call Me By Your Name, o início da sua carreira nos Óscares. Considero uma obra prima, pelas diversas técnicas de montagem e filmagem, mas essencialmente pelo seu argumento.
A partir daí surgiu o Suspiria em 2018, um falso remake, na minha opinião, porque o clássico Suspiria de 1977, de Dario Argento, tem uma história bem diferente. Eu gosto de separar estes filmes, mesmo sendo possível considerar uma espécie de continuação. Colocarem a atriz principal Jessica Harper de 1977 como personagem completamente diferente do antigo no 2018, foi curioso.
Luca Guadagnino depois destes filmes acaba por focar em curtas-metragens e videoclipes, que, na minha opinião, são bem trabalhados e interessantes. E é aqui que surge Bones and All.
Bones and All acaba por ser o lado negro do Call Me By Your Name, com o terror do Suspiria. É romântico dentro do terror e agressividade que envolve esta elegância entre o Timothée Chalamet e a Taylor Russell, que quase parece Timothée Chalamet e Zendaya no Dune de Denis Villeneuve.
A montagem do filme é muito boa, algo que é muito notório nos filmes de Luca Guadagnino, que cumpre com cada desenvolvimento de personagem e suspense que ocorre durante o filme. Falo mais especificamente da personagem surpresa, o Sully interpretado por Mark Rylance. Não esperava este actor e, para mim, enriquece o filme.
Poderá ser um filme lento para quem não está habituado a cinema clássico. Para quem gostou dos filmes anteriores dele, Call Me By Your Name e Suspiria, vai certamente gostar. Se alguém gosta de terror e/ou romance à mistura, poderá ser uma proposta bem diferente para refrescar o vulgar mercado de cinema.