Opinião

Cinema | Poor Things: uma obra de Yorgos Lanthimos que desafia convenções cinematográficas

1 mar 2024 09:06

Emma Stone destaca-se neste projeto, merecendo atenção nas premiações, especialmente nos Óscares

Conheci Yorgos Lanthimos em The Lobster e desde então tenho considerado este realizador como uma mente singular no mundo do cinema, comparável ao estilo único de Wes Anderson. Apesar das diferenças marcantes entre eles, ambos se destacam por uma linguagem cinematográfica extraordinária.

Poor Things revela-se uma experiência cinematográfica notável. A magnífica fotografia conduzida por Robbie Ryan mergulha o espectador na realidade única do realizador. A escolha ousada de utilizar uma lente grande angular de 4mm cria uma sensação de aperto e sufoco, aplicada de maneira intrigante ao longo da narrativa. A banda sonora, que mistura a contemporaneidade de Jerskin Fendrix com a presença delicada de Carminho, adiciona um toque fresco e uma homenagem aos grandes clássicos. Esta combinação de elementos sonoros transporta-nos para um mundo peculiar, complementando a narrativa visual de Lanthimos.

Emma Stone destaca-se neste projeto, merecendo atenção nas premiações, especialmente nos Óscares. Não sendo óbvio, é justo reconhecer a força da atuação de Lily Gladstone neste ano competitivo no filme Killers of the Flower Moon, do professor Martin Scorsese.

Em suma, Poor Things surge como forte candidato a filme do ano devido à sua diversidade e criatividade. Como uma espécie de mini Frankenstein, a narrativa clara e as performances notáveis solidificam-no como uma obra que desafia as convenções, proporcionando uma experiência cinematográfica única e memorável.