Opinião

De primeira e de segunda

25 jan 2018 00:00

O assunto é, com certeza, complexo de resolver, pois se assim não fosse já algum dos ministros que assumiram a pasta, a maioria personalidades de inegável competência, teria encontrado uma solução.

Se há assunto que parece ter lugar reservado na comunicação social é a questão da falta de médicos, sendo praticamente diárias as queixas de populações e de responsáveis por centros de saúde e hospitais de Norte a Sul do País, aumentando o tom da contestação à medida que se vai caminhando para zonas afastadas dos principais centros urbanos.

O acesso aos cuidados de saúde será, aliás, um dos principais factores de desigualdade social que se sentem no nosso País, sendo evidente que, como afirmou em entrevista recente a este jornal Manuel José Carvalho, coordenador da Unidade de Saúde Familiar de Santiago, em Leiria, “na saúde há cidadãos de primeira e de segunda”.

O assunto é, com certeza, complexo de resolver, pois se assim não fosse já algum dos ministros que assumiram a pasta, a maioria personalidades de inegável competência, teria encontrado uma solução.

No entanto, há algumas questões que são difíceis de compreender, pelo menos por parte de quem olha de fora e não é possuidor de toda a informação.

Uma delas tem a ver com a deficiente distribuição de médicos pelo território, com o número de clínicos por mil habitantes a multiplicar-se várias vezes de uns territórios para outros, de que é um bom exemplo a comparação entre Leiria e Coimbra, que tem um rácio nove vezes superior ao da cidade do Lis.

Ou seja, além de um eventual défice de médicos, opinião que não é consensual, há uma concentração em algumas cidades e instituições em detrimento de uma distribuição mais harmoniosa e adequada às necessidades de cada território, o que leva a pensar que o método em vigor nos concursos de médicos não está adequado à realidade do País.

Não havendo soluções instantâneas, é evidente que este é um problema que necessita de entendimento entre as diferentes partes – sindicatos, Ordem dos Médicos e Governo – no sentido de definir um plano que permita esbater as assimetrias existentes, sendo que isso só se conseguirá se cada uma ceder um pouco, mesmo que não venda totalment

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