Opinião

Dividir para reinar

9 fev 2017 00:00

Assim, dividir internamente o adversário permite abalar a sua solidez, enfraquecendo-o.

Vem da Antiguidade Clássica a linha de pensamento “dividir para reinar”. Quando um ataque frontal não surte efeito, promover a fragmentação das concentrações de poder para enfraquecer o adversário é uma solução.

Assim, dividir internamente o adversário permite abalar a sua solidez, enfraquecendo-o. Ao longo dos séculos, esta estratégia foi usada abundantemente – quer em gloriosas e importantes conquistas militares, quer em intrigas palacianas.

E, apesar de ser de todos amplamente conhecida e mesmo facilmente identificável, continua a funcionar vezes sem conta. Um dos mais recentes exemplos parece ser a atuação da Administração Trump. A nível interno, a polarização é clara: divide conservadores e progressistas, poder executivo e judicial numa lógica de “nós contra eles”. Mas, também na relação com o resto do mundo dá mostras de querer dividir para reforçar o seu poder.

Depois de retirar os EUA da Parceria Trans-Pacífico (TPP), também a política em relação à NATO levanta algum frisson ao ‘sugerir’ que todos os aliados aumentem as despesas com a defesa. Não sendo inocente a sugestão, sobretudo de um país com tantos produtores de material militar, é um sinal de “cada um por si” que reforça a lógica America First.

*Professor e investigador
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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