Opinião

Letras | Gramática da Fantasia- MUS-E on Stage

3 jul 2021 20:00

Poderia falar de muitas coisas esta semana, e foram várias as que me inspiraram, mas vou falar-vos de um projeto a que chamaram MUS-E On Stage, música na bagagem

Durante muito anos nalgumas escolas onde fui passando ouvia falar do projeto MUS-E, que era espetacular, que fazia falta, que era fantástico para o desenvolvimento dos alunos e dos professores, que ligava à fruição artística e reforçava a ligação com a escola- comunidade e família, que era maravilhoso se pudesse voltar…

Pouco tempo antes da pandemia, voltei a ouvir falar do MUS-E pela voz do seu mentor para Leiria, o músico Rui Amado, que não desistia e procurava novo financiamento para um projeto que tinha mérito reconhecido, mas que como tantos outros teria ficado em stand by intermitente numa gaveta à espera de melhores dias. O MUS-E estava a surgir de novo fruto do investimento e knowhow da sua equipa e de uma aposta forte do Município de Leiria. E isso era bom…

O MuS-E avançaria em pleno, só que depois confinámos e fizemos como que um intervalo sem pedir licença dos nossos projetos de vida. Para quem não sabe, como eu não sabia o MUS-E é um projeto dinamizado pela Associação Menhuin Portugal e pretende permitir o contacto dos jovens com as expressões artísticas e em particular com a música, num clima de solidariedade e empatia.

Mas mesmo em pandemia e com as adaptações necessárias, o MUS-E avançou, pela mão de Rui Amado, coordenador do projeto aqui em Leiria, e da sua equipa, alunos do Agrupamento de Escolas de Marrazes trabalharam as literacias na área da música, experimentaram, conheceram crianças de outros países de projetos parceiros, trabalharam em residência artísticas, e acima de tudo fizeram-no em clima de companheirismo, respeito pelo outro, partilha e dedicação. Na última semana trabalharam igualmente em residência artística com vários músicos da região, o Rui Amado, o João Maneta ou a Inês (Catraia) Bernardo, entre outros, mas também com a Celina da Piedade e virtualmente com alunos e professores dos países envolvidos.

Sou afortunada pois tive a sorte de ser convidada para assistir ao culminar deste processo, que aconteceu no passado sábado no Teatro José Lúcio da Silva…e foi mágico e mesmo que não tivesse sido teria valido por todo o processo decorrente até ao dia. Música na Bagagem, adenda ao epíteto do projeto para o espetáculo foi pouco para o que viveram aqueles meninos e meninas que subiram a palco e encantaram acompanhados pelos artistas que consigo privaram no âmbito do MUS-E. Acredito que as sementes do projeto germinarão vigorosas durante muito tempo.

Para que serve a arte? Para transformar…

Muitos parabéns meninos, meninas, professores, famílias e claro ao Rui Amado e à sua equipa.

E obrigada por partilharem o resultado do vosso empenho e motivação connosco e por nos levarem no vosso processo de transformação.

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990