Opinião
Música | Discursos musicais
Havia sítios onde quando o técnico de iluminação subia as luzes, apagava-se a aldeia, apagava-se tudo. Foi um bocado de pioneirismo
Há muita gente no mundo da música que diz coisas pertinentes ou simplesmente tem memórias engraçadas. São verdadeiras enciclopédias de vidas na estrada. Porque não compartilhar com todos vós? É uma geração com ou sem distorção.
1. “A partir de 1976 ressurgiu em força o Rock português. Embora houvesse, ainda, muitos grupos que continuavam a utilizar a sua própria aparelhagem sonora começaram a aparecer as primeiras empresas de som e de luzes para espetáculos que os grupos alugavam, deixando assim de terem que ser as bandas a proceder à contratação de pessoal para a carga e descarga do material”. – Aristides Duarte, livro Memórias do Rock Português.
2. “À medida que mais bandas se deslocaram para as arenas nos anos 70, toda uma subindústria cresceu para satisfazer as exigências. Estes nichos de negócio incluíam empresas de som, empresas de produção, diretores de iluminação, fabricantes de suportes para luz, especialistas em espetáculos de luz e adereços, pirotécnicos, etc. O número crescente de empresas deste nicho deu origem a outro estrato de empresas que desenhavam e fabricavam os cabos, os amplificadores, os altifalantes e o equipamento que suportava tudo o resto. Essas empresas foram seguidas por outra subindústria que podia mover tudo isso, torná-lo compacto para reduzir o tamanho e o peso, e colocar tudo em cima de rodas”. – Steve Miller (cantor e guitarrista norte americano) livro Rock Concert: An Oral History as Told by the Artists, Backstage Insiders, and Fans Who Were There, de Marc Myers.
3. "Sempre houve pop rock em Portugal desde o final dos anos 60, mas vendia muito pouco, aquilo vendia o que vendia. Em 1980 aquilo explodiu (…) A própria indústria, PA, sistemas de som, aparelhagens, condutores, carregadores, técnicos, iluminadores, capas de discos, fotógrafos, designers… tudo isto vai-se modificar a partir de 1980 ” . – António Manuel Ribeiro da banda UHF, programa Vejam Bem - António Manuel Ribeiro - Cavalos de Corrida, RTP.
4. “Havia sítios onde nós íamos e quando o técnico de iluminação subia as luzes, apagava-se a aldeia, apagava-se tudo. Foi um bocado de pioneirismo”. – Manuel Faria da banda Trovante, programa Alta Fidelidade, RTP.
5. “O camarim estava alagado, vestimo-nos em cima de grades de cerveja”. – Tó Trips, músico na banda Dead Combo, livro Ínfimas Coisas. Road & Roll Book.
6. “Apresento-me diante de vós como um capacho. Quero dizer, como uma mulher artista. Obrigada por reconhecerem a minha capacidade de prosseguir a minha carreira durante 34 anos apesar do sexismo e da misoginia flagrantes e da constante intimidação e abuso constante”. – Madonna, artista, livro Tudo, a Toda a Hora, em Todo o Lado de Stuart Jeffries.